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TESTES RÃPIDOS

02/12/2008 - Agência Estado

Governo vai duplicar oferta de testes rápidos de HIV

O Ministério da Saúde anunciou hoje a duplicação de testes rápidos para diagnosticar infecção por HIV. Em 2009, serão distribuídos 3,3 milhões de testes, ante 1,6 milhões deste ano. A iniciativa faz parte de uma estratégia para combater um dos principais entraves do Programa Nacional de DST-Aids, que é o alto índice de portadores do vírus que desconhecem sua condição. A estimativa é de que 255 mil soropositivos nunca tenham feito testes para HIV.

"O exame deveria seguir o mesmo princípio da vacina. O profissional não deve desperdiçar oportunidades e ofertar o teste para os pacientes", afirmou a coordenadora do Programa Nacional de DST-Aids, Mariangela Simão. O diagnóstico tardio é um dos piores inimigos para o tratamento adequado e também para a prevenção de novos casos de aids.


Quando o paciente é portador e sabe da sua condição, há maior possibilidade de ele se beneficiar do tratamento disponível. Hoje, no entanto, não é isso o que se vê nos serviços de saúde. Estudos mostram que 43% dos pacientes recebem o diagnóstico de aids quando a doença já está em estágio avançado. O teste pode ajudar ainda a reforçar a prevenção, principalmente da infecção da gestante para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação.

Preconceito

O anúncio foi feito hoje, dia Mundial de Luta contra a Aids, pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Ele afirmou que o governo tem condições de arcar com tratamento de pacientes que tiverem a aids diagnosticada e lembrou a necessidade de se combater o preconceito em torno da doença e das medidas de prevenção. "Soube que algumas pessoas ficaram escandalizadas com a abordagem do material. O que tem de escandalizar é o preconceito, a morte", disse. "Essas questões têm de ser tratadas de forma direta."