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DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA AIDS

01/12/2008 - Agência Aids

Manifestação no Viaduto do Chá

Dia Mundial de Luta Contra a Aids: durante manifestação do Fórum paulista de ONG/Aids, ativistas criticam suposta fragmentação do movimento

O movimento de Aids está fragmentado. Essa é a opinião de alguns dos ativistas que participaram de manifestação do Fórum de ONG/Aids de São Paulo ocorrida na manhã quente desta segunda-feira (01/12). O ato, realizado no centro da capital paulista, marca o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, que acontece todo 1º de dezembro. Parte dos ativistas que participaram da manifestação deste ano considerou pequeno o número de pessoas reunidas. De acordo com o presidente do Fórum, Rodrigo Souza Pinheiro, o ato reuniu cerca de 50 militantes.

"É um 1º de Dezembro caracterizado por uma grande fragmentação”, avalia Mário Scheffer, integrante do grupo Pela Vidda de São Paulo. “Esse é um sintoma de quanto o movimento civil está fragmentado”, acrescenta. Scheffer lembra que em outras oportunidades houve uma sintonia das manifestações realizadas na data, tanto no plano estadual quanto federal. Isso, avalia o ativista, não ocorreu neste ano.

“A nossa luta deve ser de mobilização nacional”, defendeu José Araújo, da AFXB (centro de convivência para crianças que vivem com HIV/Aids em São Paulo). “Hoje o movimento de Aids tem deixado a desejar no sentido em que se fragmenta”, considera o ativista. No final do ato, Araújo pediu que o movimento de Aids “seja muito menos fragmentado.” “Por menor que seja a quantidade [de ativistas], não vamos deixar a rua”, promete.

Nathalia Cunha, do Centro Franciscano de Luta Contra a Aids (Cefran), concorda com a análise dos demais ativistas. Para ela, o movimento de combate ao HIV está fragmentado. “Eu entendo que é uma tendência dos movimentos políticos em geral”, lamenta. “Hoje era o dia de estar todo mundo junto. Teria de ser uma intervenção só”, diz a psicóloga.

Os militantes que participaram da manifestação também criticaram o que consideram a pequena atenção da mídia ao problema. “Nenhum telejornal da manhã noticiou o Dia Mundial de Luta Contra a Aids”, afirmou Hugo Hagstrom, do Grupo de Incentivo à Vida (GIV). “Além do crescimento da Aids no país, nós temos duas novidades que não são muito boas”, disse Mário Scheffer. A primeira, explicou o ativista, o aparente desinteresse da imprensa com relação ao tema. A segunda: a fragmentação do movimento de Aids.

Léo Nogueira