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DIAGNÓSTICO DO HIV EM PORTUGAL
24/11/2008 - Agência LUSA
Portugal tem 30% dos casos de AIDS com diagnóstico tardio
Mais de um terço dos portugueses contaminados com o vírus HIV só iniciam os tratamentos numa fase muito avançada da infecção, com maiores riscos de mortalidade, alertou um especialista em infectologia do Hospital de São João, Porto.
"Entre 30 a 40% dos doentes são diagnosticados tardiamente, quando já têm um déficit imunitário grave. Nesta fase, apresentam um maior risco de problemas hepáticos e cardiovasculares e têm menor probabilidade de reagir à medicação e recuperar", afirmou Rui Marques, membro da comissão executiva de uma conferência dedicada à doença.
Diante do problema, a importância do diagnóstico precoce será um dos principais temas em debate na conferência HIV Portugal2009, que acontecerá em Lisboa, no final de março.
O encontro vai reunir, pela primeira vez, médicos, pesquisadores, organizações não governamentais, políticos e doentes, que irão debater o acesso aos cuidados de saúde e o papel dos testes de diagnóstico na diminuição do número de infectados com situação clínica desconhecida.
De acordo com estudos nacionais e internacionais citados na apresentação da conferência, entre 60 a 70% das pessoas a quem é diagnosticada a infecção com HIV abandona comportamentos de risco a partir dessa altura, com importantes ganhos de saúde individuais e na saúde pública.
Os participantes da conferência HIV Portugal2009 devem elaborar, no final do encontro, um documento com recomendações para ajudar a definir e implementar uma estratégia nacional para o diagnóstico precoce.