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24/07/2008 - EFE

Coquetel aumenta sobrevida em portadores de HIV de países ricos,

Coquetel aumenta sobrevida em portadores de HIV de países ricos, diz estudo

Os portadores do vírus HIV nos países desenvolvidos viram elevar em 13 anos sua expectativa de vida em relação a 1996, quando se começou a utilizar o tratamento anti-retroviral combinado (ART, em sua sigla em inglês), aponta um estudo publicado hoje na revista "The Lancet".

As melhorias na medicação utilizada para tratar a aids, conhecida como tratamento ART, geraram um aumento da expectativa de vida entre os períodos de 1996-1999 e 2003-2005, aponta a pesquisa.

A expectativa de vida para uma pessoa que começasse o tratamento com ART exatamente aos 20 anos aumentou de um total de 56,1 anos entre 1996 e 1999 para 69,4 anos entre 2003 e 2005, um aumento de mais de 13 anos, segundo o estudo.

Estes avanços médicos transformaram a aids "de uma doença fatal, o que era uma realidade para esses doentes antes de ser introduzido o tratamento combinado, para um transtorno crônico", afirmam os pesquisadores.

No entanto, o estudo, publicado pela Universidade de Bristol, alerta que a expectativa de vida das pessoas com aids continua sendo mais baixa do que a da população em geral, especialmente para os afetados que começassem o tratamento tarde.

Para realizar seu estudo, os especialistas compararam as expectativas de vida e variações de mortalidade em doentes tratados ao longo de vários anos com ART, o coquetel de remédios introduzido em 1996.

O professor Jonathan Sterne, da universidade britânica, e vários especialistas de outros países examinaram 14 estudos para analisar a evolução de 18.587, 13.914 e 10.584 pacientes que começaram seus tratamentos com ART nos períodos de 1996-1999, 2000-2002 e 2003-2005, respectivamente.

Um total de 2.056 pacientes morreu durante esses períodos, mas os índices de mortalidade variaram nesses anos. Caíram de 16,3 mortes ao ano por mil em 1996-1999 para 10 por mil no período de 2003-2005, uma queda de aproximadamente 40%.

A pesquisa estima que os doentes supostamente infectados através de seringas contaminadas tinham uma menor expectativa de vida, enquanto as mulheres viveriam ligeiramente mais que os homens, o que pode se justificar pelo fato de elas buscarem tratamento antes.