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15ª CONFERÊNCIA DE RETROVÍRUS
02/03/2008 - CROI
Gravidez
Transmissão mãe-bebê
Gravidez indesejada é comum em mulheres depois de início para tratamento anti-HIV
Um estudo realizado em Uganda descobriu que muitas mulheres engravidam, sem desejar, nos primeiros dois anos depois do início do tratamento anti-HIV.
O estudo envolveu 700 mulheres. Elas começaram tratamento anti-HIV entre 2003 2006. Embora quase todas as mulheres (97%) disseram não querer mais filhos, 17% engravidaram. O número chegou ao máximo depois de um ano do início do tratamento anti-HIV.
Apenas 8% das mulheres estavam usando anticoncepcional duplo e somente 14% usavam métodos anticoncepcionais permamentes ou semi-permanentes.
Os pesquisadores sugerem que os serviços para planejamento familiar devam ser parte essencial dos programas de tratamento para HIV.
Alimentos de substituição não aumentam o risco de gravidez
Um estudo conduzido na Costa do Marfim mostrou que as mulheres que usam substitutos infantis para alimentar seus bebês não correm maior risco de gravidez do que aquelas que amamentam.
Os resultados são surpreendentes, já que pensa-se que a amamentação pode oferecer algum tipo de proteção contra a gravidez.
Todas as mulheres receberam um medicamento anti-HIV por um curto período durante a gravidez a fim de prevenir a transmissão mãe-bebê do HIV. Depois disso, 54% das mulheres amamentaram seus bebês e 46% fizeram uso de substitutos alimentares.
Durante os doze meses seguintes, aproximadamente 4% das mulheres, utilizando qualquer método de alimentação infantil, engravidaram. Depois de 24 meses, um maior número das mulheres amamentando ficaram grávidas.
Tratamento para HIV reduz o risco de infecções por HIV em mulheres amamentando
Um estudo conduzido no Quênia, e apresentado à CROI, comprovou que o uso de medicamentos anti-HIV por seis meses, durante a amamentação, reduz significativamente o risco de uma mãe passar o HIV para seu bebê.
A amamentação envolve um risco de transmissão do HIV e recomenda-se que as mulheres não amamentem se houver outras opções seguras.
Entretanto, em lugares onde os recursos são limitados, a amamentação é freqüentemente uma alternativa mais segura à alimentação com fórmulas. Por isso, aconselha-se que as mães HIV-positivas amamentem seu bebê até os seis meses de idade.
O estudo queniano envolveu 522 mulheres HIV-positivas, as quais receberam um medicamento anti-HIV desde a 32ª semana de gravidez e por seis meses após o nascimento de seus filhos. Elas foram encorajadas a amamentar exclusivamente seus bebês por esses seis meses e a desmamá-los.
Um total de 6% das crianças se tornaram infectadas com HIV nos primeiros doze meses de vida. Os pesquisadores estimaram que 3,5% dos bebês foram infectados devido à amamentação.
Profilaxia infantil prolongada reduz a transmissão do HIV durante amamentação
Outros estudos apresentados à CROI também abordaram a habilidade do tratamento anti-HIV em prevenir a transmissão mãe-bebê do HIV durante a amamentação.
Demonstraram que a nevirapina para as crianças, cujas mães são HIV-positivas, por seis a 14 semanas depois do nascimento, pode reduzir pela metade a taxa de transmissão do HIV devido à amamentação.
Porém, também houve evidências de que em crianças que foram infectadas com o HIV, o prolongamento do período de tratamento com nevirapina aumentou o risco de desenvolvimento de resistência ao medicamento.