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15ª CONFERÃNCIA DE RETROVÃRUS

01/03/2008 - CROI

Noivdades: Circuncisão, herpes genital, interferon pegilado

Prevenção do HIV

Circuncisão

Existem evidências de queos homens circuncidados têm menos probabilidade de contrair o HIV.
Entretanto, resultados de um estudo apresentado à CROI mostram que a circuncisão não é a chave para a prevenção do HIV. O estudo descobriu que, longe de proteger, a circuncisão pode, na verdade, estar associada ao risco de transmissão do HIV. As esposas dos homens HIV-positivos circuncidados são um pouco mais propensas a contrairem o HIV do que as esposas dos homens HIV-positivos não-circuncidados.
O estudo foi conduzido em Rakai, Uganda, e envolveu mais de 1000 homens HIV-positivos. A incidência anual de HIV foi 14% dentre as esposas dos homens circuncidados e 9% dentre as esposas de homens não-circuncidados.
Investigadores descreveram esses resultados como “inesperados e decepcionantes.”
Porém, os homens HIV-positivos circuncidados foram um terço menos prováveis a apresentarem úlceras genitais. A infecção foi associada com o maior risco de transmissão do HIV.


Tratamento para herpes genital não reduz o risco de HIV em homens e mulheres

A infecção por herpes genital (HSV-2) tem sido associada com o risco maior de contração do HIV.
Sugere-se que o tratamento diário com o medicamento anti-herpes aciclovir poderia reduzir o risco de uma pessoa com herpes ser infectada pelo HIV.
No entanto, resultados de estudos envolvendo mais de 1800 homens gays com herpes genital, nos EUA e no Peru, e 1300 mulheres heterossexuais com HSV-2, na África, demonstraram que o medicamento aciclovir não reduziu o risco de infecção por HIV.
Os indivíduos foram escolhidos aleatoriamente para administrar 400mg de aciclovir duas vezes ao dia ou um placebo. Houve 75 novas infecções dentre os pacientes que receberam o aciclovir e 64 daqueles que ficaram com o placebo.
Um estudo conduzido entre mulheres na Tanzânia e apresentado na Conferência da Sociedade Internacional para AIDS também mostrou que tratamento diário com o aciclovir não reduziu o risco de contração do HIV.


Tratamento para HIV e infecciosidade

Semana passada, experts em HIV da Suíça afirmaram que indivíduos em terapia anti-HIV que possuem carga viral indetectável no sangue por seis meses ou mais e que não possuem uma infecção sexualmente transmissível não deveriam ser considerados capazes de transmitir o HIV para seus parceiros sexuais.
A afirmação foi controversa, mas ajudou a chamar a atenção para habilidade da terapia anti-retorviral de reduzir as transmissões do HIV.
Recentemente, um estudo conduzido em Uganda e apresentado à CROI sugere que o tratamento anti-HIV, combinado com educação sexual e aderência, poderia diminuir as transmissões de HIV em 91%.
O estudo durou três anos. Havia 62 casais no estudo, no qual um parceiro era HIV-positivo e o outro HIV-negativo. Somente um parceiro foi infectado com HIV durante o estudo e essa infecção aconteceu logo depois que o tratamento foi iniciado.
Pensa-se que esta infecção única aconteceu devido ao marido infectado ter apresentado uma resposta lenta à terapia anti-HIV e ter levado seis meses para atingir uma carga viral indetectável.
HIV e hepatitis C
HIV-positive gay men are becoming reinfected with hepatitis C
Vários surtos de hepatite C transmitida sexualmente foram relatados entre homens gays HIV-positivos.
Atualmente, evidências do Reino Unido sugerem que alguns homens vêm se re-infectando com hepatite C depois de administrar com sucesso a terapia para hepatite C. É possível que as infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis e LGV [linfogranuloma venéreo], tenham sido parcialmente responsáveis pela re-infecção com hepatite C.


Terapia de manutenção com interferon pegilado sem valor

Apenas uma minoria de pacientes HIV-positivos com a infecção crônica do vírus da hepatite C possui uma boa resposta ao tratamento anti-hepatite C.
Os médicos quiseram checar se houve queda na taxa de fibrose entre os pacientes que não responderam à terapia consistindo de interferon pegilado e ribavirina, com subsequente terapia de manutenção com o interferon pegilado.
Os pacientes foram escolhidos aleatoriamente para administrar esse tratamento de manutenção ou para ser observados. O estudo tinha a intenção de durar 72 semanas. Os médicos analisaram as amostras de biópsias do fígado obtidas no início e final do tratamento, a fim de comparar a progressão da fibrose nos dois grupos de pacientes, observando se a terapia de manutenção valeu a pena.
No entanto, não houve diferença na taxa de fibrose entre os dois grupos de pacientes e o estudo terminou antes.