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PROTESTO

01/12/2007 - Agência Aids

Ativistas fazem protesto na Secretaria Est. da Saúde SP


30/11/2007
"10 mortos todo dia e o governo silencia!". Este foi o grito de guerra usado por ativistas do Estado de São Paulo, na véspera do Dia Mundial de Luta Contra a Aids. O Fórum Estadual de ONGs Aids de São Paulo fez no fim da manhã desta sexta-feira (30) protesto na Secretaria Estadual de Saúde. O movimento social solicitou, principalmente, uma audiência com o secretário Luiz Roberto Barradas Barata, mas foram atendidos por um representante. “Isso é bem emblemático, ele nunca recebeu o movimento de Aids e acho muito chato isso. Na véspera do Dia Mundial da Aids e a porta da sala dele estava trancada”, contou o ativista Mário Scheffer, do grupo Pela Vidda. O movimento questiona porque no Brasil, mesmo com tratamento, morrem cerca de 30 pessoas por dia em decorrência da Aids, sendo 10 em São Paulo.

Cerca de 100 pessoas estiveram no local durante as manifestações. “Não vamos comemorar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids como governo está fazendo. Só vamos o dia que acabarem as mortes por Aids”, criticou o ativista José Araújo Lima, da AFXB Brasil.

Em seguida, ele abordou como a doença vem sendo tratada na televisão. “A Aids é usada por partidos políticos como o PSDB”, reclamou, em referência às propagandas veiculadas recentemente na TV para afirmar que foi o partido que criou o melhor programa de aids do mundo, informação já criticada por diversos ativistas e por setores do governo.

“10 mortes por dia no Estado de São Paulo é uma situação no mínimo inaceitável”, disse o ativista Jorge Beloqui. As falas foram proferidas por meio de um megafone na porta da Secretaria Estadual de Saúde.

Depois dos protestos, um grupo de membros do movimento protocolou no órgão estatal uma carta aberta, com 20 considerações. Uma delas, por exemplo, pergunta por que o Hospital das Clínicas e o Emílio Ribas não possuem um conselho gestor.

“Temos um ótimo diálogo com o Programa Estadual de DST/Aids, mas isso não acontece com a Secretaria. Fomos recebidos por um representante (do secretário estadual) que se comprometeu com algumas medidas”, contou Scheffer.

Um dos compromissos foi a ampliação de exames HIV para diminuir o número de casos com diagnóstico tardio da Aids e também ampliar os serviços de cirurgias contra Liposdistrofia (perda de massa muscular) em pacientes com o vírus da Aids.

“Outra recomendação que fizemos foi a interlocução entre a Secretaria Estadual de Saúde e a de Assistência Social, para melhorarem os serviços”, disse Silvana Rodrigues Costa, membro do Cefram.

Entres os ativistas do grupo que entraram dentro da Secretaria para protocolar o pedido estavam Lucila Magno, Américo Nunes, Mário Scheffer, Jorge Beloqui, Silvana Rodrigues Costa, entre outros.