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AIDS NOS PAÍSES MAIS RICOS

29/11/2007 - EFE

Um terço da população do G7 sabe pouco ou nada sobre Aids

Um terço da população de sete dos países mais ricos do mundo admite saber "nada ou muito pouco" sobre a Aids e o vírus HIV, revela uma enquete divulgada hoje na sede das Nações Unidas, às vésperas do Dia Mundial contra a Aids, 1º de dezembro. A pesquisa, feita pela empresa Ipsos por encomenda da organização beneficente cristã World Vision, dos Estados Unidos, reflete o conhecimento da doença e suas conseqüências em França, Reino Unido, EUA, Itália, Japão, Canadá e Alemanha, países do G7. Apesar de haver cerca de 33 milhões de soropositivos no mundo, 25º parte dos 3.500 entrevistados nesses sete países considera que os problemas associados à epidemia da Aids "foram exagerados" pela mídia. Japão foi o país no qual os pesquisadores encontraram menor preocupação com a epidemia. Já o Canadá foi onde mais se manifestou empatia com os infectados. Entre os dois extremos, por ordem de maior para menor conscientização, aparecem França, Alemanha, EUA, Itália e Reino Unido. Embora a pesquisa não tenha perguntado as razões das atitudes, a World Vision considera que a persistência da ignorância se deve à idéia de que a doença é um problema distante, apesar da grande atenção recebida. "A resposta é muito simples: a doença não é para eles algo próximo, não tem um rosto e é algo que acontece em lugares remotos", disse o presidente de World Vision, Richard Stearns. A pesquisa mostrou que só um terço dos entrevistados conhecia uma pessoa afetada pela Aids ou pelo HIV. Os avanços conseguidos no combate à doença e a assistência recebida nos países desenvolvidos contribuíram para tirar a Aids do primeiro plano, acrescentou Stearns. Ironicamente, aponta o estudo, 80% dos entrevistados acham que os Governos devem fazer mais para ajudar os milhões de órfãos causados pela Aids, especialmente na África, e 44% estão dispostos a pagar mais impostos para isso. Além disso, 90% consideram que o mundo tem a "obrigação moral" de tentar prevenir a transmissão do vírus. O diretor em Nova York do Programa das Nações Unidas sobre HIV-Aids (Unaids), Bunmi Makinawa, advertiu que a recente revisão das estatísticas de infectados não deve alimentar o desinteresse no combate à doença. O programa recentemente reduziu em 6 milhões o número de infectados estimados, dos 39 milhões utilizados como base no ano passado, o que foi atribuído a uma mudança de metodologia. "O fato é que o número continua sendo muito alto e é a pior epidemia enfrentada pela humanidade", ressaltou Makinawa durante a apresentação da enquete. Para Stearns, o resultado do estudo aponta para a necessidade de identificar perante a opinião pública casos concretos das conseqüências devastadoras da Aids e do aumento da pressão sobre os governantes para ampliar a assistência aos infectados.