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HOMOSSEXUALIDADE NÃO SERIA OPÇÃO

21/10/2003 - Diário de São Paulo

Teoria descarta a homossexualidade seja uma opção

Os estudos envolvendo os motivos que levam uma pessoa a ser homossexual não param de ser realizados. O último deles promete, mais uma vez, virar uma questão polêmica. A pesquisa, coordenada pelo cientista Eric Vilain, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, afirma que a identidade sexual de uma pessoa é caracterizada pelos genes. A teoria descartaria a hipótese de que a homossexualidade ou a mudança de sexo sejam uma opção.
Segundo Vilain, as pesquisas podem ajudar a responder, por exemplo, por que nos sentimos homem ou mulher. "A identidade sexual está baseada na biologia das pessoas, antes do nascimento, e é resultado de uma variação em nosso genoma individual", afirmou.
Os estudos conduzidos por Vilain, que foram publicados ontem na revista Molecular Brain Research, foram conduzidos em ratos. Nos animais, ele encontrou 54 genes, capazes de explicar porque o cérebro de um macho e de uma fêmea funcionam de formas diferentes.
Os cientistas analisaram a produção dos genes em cérebros de ratos machos e fêmeas ainda na fase embrionária, ou seja, muito antes de os bichos desenvolverem órgãos sexuais. Foi então que eles encontraram 54 genes funcionando de forma diferente entre os sexos e influenciando também na formação dos hormônios.
Desde a década de 70, os cientistas acreditavam que apenas os hormônios testosterona (masculino) e estrogênio (feminino) eram os responsáveis pela sexualidade.

Tratamentos
Além da polêmica sobre a orientação sexual ser uma determinação genética, a pesquisa também é uma descoberta importante para o tratamento de doenças. O estudo foi considerado uma forma a mais de avaliação de bebês que nascem com genitálias indefinidas, que acontecem em aproximadamente 1% dos nascimentos, próximo a 3 milhões de casos.