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CALCANHAR DE AQUILES DO HIV
12/08/2007 - Science
Novas descobertas na investigação do HIV
Descoberto possível calcanhar de Aquiles do HIV
Investigadores lançam estudo com novas descobertas na investigação do HIV
Variações específicas em três genes do cromossoma 6, que definem a identidade imunitária humana, parecem ter um papel importante na forma como as pessoas reagem numa primeira fase da infecção pelo HIV. Foi este o resultado do estudo realizado por uma equipa internacional de investigadores na área da genética, promovido pelo Centre for HIV/AIDS Vaccine Immunology e dirigido por David Goldstein, da Duke University na Carolina do Norte.
Segundo o artigo científico, os doentes com variações genéticas específicas, conhecidas por polimorfismos, em três genes do complexo de histocompatibilidade humana (HLA) - que permitem ao sistema imunitário identificar intrusos - parecem controlar de forma mais eficaz a proliferação do vírus após a infecção.
Dois desses genes, conhecidos por HLA-A e HLA-B, são desactivados pelo HIV quando ele entra no corpo, o que impede o sistema imunitário de reconhecer o vírus como invasor. No entanto, o terceiro - chamado HLA-C -, que não é desactivado pelo HIV-1, poderá constituir um novo alvo potencial para uma futura vacina.
Como o HIV-1 parece ser incapaz de desactivar o HLA-C, o que não acontece como o A e o B, o HLA-C pode representar o calcanhar de Aquiles do HIV, explica David Goldstein, director do projecto. Como pessoas diferentes respondem de forma diferente às infecções, um melhor conhecimento de como os genes do sistema imunitário controlam as respostas as infecções deve ajudar-nos a desenvolver melhores tratamentos e vacinas mais eficazes.
O estudo foi efectuado numa população de 486 indivíduos infectados com o HIV e com o registo de cargas virais (quantidade de vírus no sangue) nos primeiros estádios da infecção bem documentado, uma vez que este é um indicador da forma como o sistema imunitário dos pacientes consegue combater o vírus.
De acordo com o comunicado de imprensa do Duke University Medical Centre, os investigadores esperam que estas descobertas contribuam para o desenvolvimento de uma vacina que, aumentando os efeitos destes polimorfismos, ajude o sistema imunitário a superar uma infecção.
Estes resultados não só multiplicam o nosso conhecimento dos factores que influenciam a variação na forma como os indivíduos controlam o HIV-1 mas apontam também para novos mecanismos de controlo, disse David Goldstein.
Estes resultados e futuros estudos desta equipa podem ajudar laboratórios em todo o mundo a fazer investigação no sentido de conhecer melhor o vírus, acrescentou Barton Haynes, director do Centre for HIV/AIDS Vaccine Immunology.