Notícias

SARKOZY NA LÃBIA

19/07/2007 - EFE

Segundo ministro das relações exteriores

Sarkozy pode ir à Líbia na próxima quarta-feira, segundo ministro do Exterior

O ministro do Exterior da França, Bernard Kouchner, que tratou do caso das enfermeiras búlgaras e do médico palestino presos na Líbia com a comissária do Exterior da União Européia (UE), Benita Ferrero-Waldner, disse hoje que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, pode visitar Trípoli na quarta-feira.
A data da viagem "mudou uma vez e pode voltar a mudar", advertiu o ministro à imprensa depois de se reunir com a comissária em Paris.
Kouchner disse não saber se a visita seria feita antes ou depois da eventual libertação dos seis voluntários que tiveram a pena de morte comutada para a prisão perpétua há dois dias. Eles foram condenados por contaminar crianças líbias com o vírus da Aids em um hospital do país.
O porta-voz do Palácio do Eliseu confirmou que Sarkozy irá "em breve" à Líbia "se puder ser útil" para o desenlace do caso.
Especula-se que o presidente fará uma escala na Líbia por ocasião da viagem ao Senegal e ao Gabão na semana que vem.
A comissária não quis fazer parte das negociações com a Líbia para tentar obter o retorno das enfermeiras e do médico à Europa.
"Ainda não está feito. Para isso é preciso trabalhar juntos", disse a comissária, insistindo que o objeto das ações é levar os voluntários para território europeu e salvá-los.
Depois de se reunir com Sarkozy no Palácio do Eliseu, Ferrero-Waldner ressaltou a posição em comum de ambos sobre o tema.
"Falamos das relações da UE com a Líbia e posso dizer que estamos de acordo em tudo", disse ela.
A comissária afirmou que toda ação com o objetivo de conseguir o retorno das enfermeiras e do médico à Europa será "bem-vinda".
Sarkozy foi convidado pelo presidente líbio, Muammar Kadafi. Na semana passada, a primeira-dama da França, Cecilia Sarkozy, foi ao país africano para se reunir com Kadafi, os seis condenados e as famílias das crianças.
Os seis voluntários foram condenados à morte, acusados de ter contagiado mais de 400 crianças com o HIV em um hospital líbio. Na terça-feira, o Alto Conselho de Justiça da Líbia comutou a sentença para prisão perpétua.
A decisão foi tomada depois de um acordo com as famílias das crianças que, em troca de uma indenização de US$ 1 milhão para cada um, renunciaram à execução dos voluntários.
Ferrero-Waldner insistiu que "a União Européia não pagou nada às famílias", e Kouchner disse que os líbios devem participar "não só na indenização das famílias mas também na melhoria de todo o equipamento médico".