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HOMOSSEXUALIDADE E HIV EM SÃO PAULO

12/06/2007 - O Estado de S. Paulo.

Aumenta proporção de gays com HIV em São Paulo

Pela primeira vez a Prefeitura de São Paulo divulgou levantamento sobre notificações de infecção pelo vírus da Aids e os resultados apontam proporção preocupante de gays contaminados pelo HIV. Uma pessoa pode ter o HIV e demorar anos para desenvolver Aids. Por isso, todos os levantamentos de casos da doença, que é de notificação obrigatória, refletem infecções ocorridas em anos anteriores. Já dados sobre infecções por HIV são mais atuais, mas sua notificação não é obrigatória - há poucas informações no País.
Os dados mostram que, entre 1983 e 2006, dos 7.937registros de testes positivos para HIV coletados na cidade, a maior proporção de casos ficou entre homossexuais e bissexuais. Em 2006, por exemplo, 37% dos registros foram de homossexuais e 18%, de bissexuais, segundo o trabalho finalizado no mês passado. Em 2005, a proporção era de 34% e 19%, respectivamente. Quando somados os dados de homossexuais e bissexuais de 2006, a proporção alcança 54%.
Para entidades que defendem os soropositivos e executores da política de saúde municipal, os dados indicam necessidade de investimento maior em estratégias de prevenção específicas para o público gay. Nos últimos anos, o avanço da doença entre heterossexuais fez esses outros grupos serem esquecidos em campanhas, de acordo com ativistas. Mas é preciso também cuidado para não haver a idéia errônea de que a doença atinge somente homossexuais e bissexuais, alertam as entidades. A Aids avançou nos últimos anos entre mulheres heterossexuais, por exemplo.