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AIDS NO BRASIL

01/05/2007 - Agência Lusa

Brasil vai investir R$ 1,2 bi no combate à Aids em 2007

O Brasil, que tornou-se referência mundial no combate à Aids pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por ser um dos primeiros países em desenvolvimento a fornecer antiretrovirais aos portadores do vírus da Aids, vai investir este ano cerca de R$ 1,2 bilhão no programa de combate à doença.

Deste montante, R$ 900 milhões serão utilizados na compra de medicamentos e o restante será aplicado em ações de prevenção da transmissão do vírus HIV, principalmente campanhas públicas e distribuição gratuita de 1,5 bilhão de preservativos em um ano (cerca de oito unidades por habitante).

Desde 1996, os portadores de HIV recebem os medicamentos antiretrovirais nos postos de saúde espalhados por todas as regiões do país.

Só durante as comemorações do Carnaval, período em que a prática de sexo inseguro é mais freqüente, o governo brasileiro distribuiu cerca de 20 milhões de preservativos.

A meta do programa de combate à Aids do Ministério da Saúde é aumentar a distribuição gratuita de preservativos para um total de três bilhões de unidades por ano até 2008.

O Brasil mantém um programa de Cooperação Internacional para Ações de Controle e Prevenção da Aids que já beneficiou vários países, entre os quais São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Cabo Verde, Moçambique e Timor Leste.

Incidência estável

Dados oficiais indicam que a taxa brasileira de incidência se mantém estável, embora ainda em um patamar considerado elevado, com cerca de 17,2 casos por 100 mil habitantes, num total de 371.827 infectados.

A mortalidade provocada pela doença mantém-se também estável, com uma ligeira queda de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes para 6,1 óbitos por 100 mil habitantes nos últimos anos.

A prática de sexo sem preservativo continua a ser a principal forma de transmissão do HIV, tanto nos homens como nas mulheres, com um ligeiro aumento do número de casos na transmissão heterossexual.

Os dados oficiais mais recentes indicam ainda um crescimento da epidemia entre as mulheres em praticamente todas as faixas etárias a partir dos cinco anos.

Atualmente, para cada 1,5 casos de Aids em homens há um caso nas mulheres, relação que contrasta com os anos de início da epidemia, quando eram registrados 16 casos em homens para apenas um entre as mulheres.

Já entre os homens houve um aumento no número de casos na faixa etária entre os 40 e os 59 anos, mas uma redução das taxas de incidência nos indivíduos entre os 13 e os 29 anos.

No caso de crianças com menos de cinco anos infectadas pela chamada transmissão vertical (de mãe para filho), o número diminuiu de 943 para 703 nos últimos anos, em um total de 21 mil crianças contaminadas.

A meta do governo brasileiro é reduzir para próximo de zero os casos de transmissão vertical, que expõe à contaminação cerca de um terço dos recém-nascidos de mães portadoras do vírus durante o parto ou a amamentação.

400 mil têm e não sabem

Uma recente projeção feita pelo Ministério da Saúde, com base em resultados fornecidos por centros de doação de sangue, mostra que cerca de 400 mil brasileiros não sabem que têm Aids.

Campanhas oficiais e de organizações não governamentais incentivam cada vez mais a população brasileira a fazer o teste da Aids em cerca de 250 centros de teste gratuitos espalhados por todo o país, com completo sigilo.

Portugal

Portugal acolhe neste sábado o "HIV Meeting", um encontro internacional sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana, que está acontece em Cascais (região de Lisboa) e reúne especialistas portugueses e de outros países.

No encontro serão apresentadas as respostas terapêuticas existentes para o vírus HIV e discutidas algumas novidades nas pesquisas sobre a Aids.