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A CIRCUNCISÃO NA VIDA SEXUAL MASCULINA
01/05/2006 - AFP
Cientistas divergem sobre os efeitos
Dois estudos trazem evidências contraditórias sobre se a circuncisão pode prejudicar a vida sexual do homem, segundo artigo que será publicado na edição de sábado do semanário científico britânico New Scientist.
A questão se torna mais importante com a aprovação recente, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), da realização de circuncisões para deter o avanço da Aids.
Em um estudo chefiado por Kimberley Payne, do Riverside Professional Center, em Ottawa (Canadá), 20 homens circuncidados e 20 que não se submeteram ao procedimento assistiram a filmes eróticos, enquanto seus pênis tiveram a sensibilidade medida em dois pontos com filamentos que eram pressionados à medida que a excitação aumentava.
De acordo com a pesquisa, não houve nenhuma diferença na sensação peniana entre os dois grupos.
Entretanto, a equipe de Robert Van Howe da Michigan State University usou um método semelhante, mas medindo a sensibilidade peniana em 19 pontos entre 163 homens circuncidados e outros não-circuncidados.
O cinco pontos mais sensíveis estavam em partes do pênis retiradas pela circuncisão, especialmente em camadas expostas quando o pênis está ereto, explicou Van Howe.
"As glândulas do pênis circuncidado são menos sensíveis ao toque do que as glândulas do pênis não-circuncidado", disse o cientista em seu trabalho. "A circuncisão remove as partes mais sensíveis do pênis", concluiu.
O trabalho de Payne estará no The Journal of Sexual Medicine, enquanto a de Van Howe será publicada pelo British Journal of Urology (BJU) International.
No dia 28 de março, a OMS e outras entidades de luta contra a Aids aprovaram promover a circuncisão para auxiliar na prevenção e no avanço do vírus HIV.
Três estudos realizados no sul e no leste da África revelaram que homens circuncidados tinham menos chances de serem infectados pelo HIV do que os não-circuncidados.