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PÓLO FARMACÊUTICO

20/04/2007 - EFE

Brasil e Argentina criarão para luta contra a aids

O ministro da Saúde da Argentina, Ginés González García, assegurou hoje que os acordos com o Brasil permitirão criar um "pólo farmacêutico" para produzir remédios contra a aids com uma economia anual de US$ 100 milhões.
A Argentina continuará promovendo "todas as ações" para fazer com que o preço dos remédios caia, declarou a jornalistas no marco do 4º Fórum Latino-americano e do Caribe sobre HIV/aids, que termina nesta sexta-feira em Buenos Aires.
"Vamos continuar trabalhando com os países latino-americanos na negociação de preços com os laboratórios" e "empreendendo esforços na fabricação própria de remédios", disse o ministro em referência a acordos assinados com o Brasil em 2006.
"Com o Brasil somos os maiores compradores mundiais de remédios (contra a aids), porque em nossos países o Estado cumpre um papel que em outros países não tem", destacou.
Os acordos na área de saúde entre Brasil e Argentina, que prevêem a cooperação para fabricar remédios genéricos, permitirão criar um "pólo farmacêutico" contra a aids com uma redução na despesa de "mais de US$ 100 milhões anuais", especificou.
A iniciativa servirá "não para economizar dinheiro mas para conseguir que mais pessoas tenham acesso a mais e melhores tratamentos", explicou o ministro argentino de Saúde.
Ele disse que a Argentina gasta 370 milhões de pesos (cerca de US$ 119 milhões) anuais "com toda a estratégia de prevenção, promoção e garantia de acesso a tratamentos" para a aids.
González García considerou "uma extorsão à democracia" a decisão de um juiz de Buenos Aires a favor de um laboratório estrangeiro para que se proíba a fabricação e comercialização de um remédio contra a aids, no meio de uma disputa por patentes.
"Aqui se estão defendendo os direitos de um laboratório e não os do resto, que são os mais fracos", especificou depois de indicar que a decisão judicial obriga o Estado a comprar o remédio em questão "do monopólio da empresa que usou um quebra-galho" legal.
"Isto é muito mais que uma questão de mercado, é uma questão das sociedades contemporâneas perante a maior epidemia do mundo moderno", ressaltou o ministro.