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MEDICAMENTO CHINÊS

17/04/2007 - EFE

China sintetiza a sua primeira droga contra o HIV

As autoridades sanitárias chinesas autorizaram o início dos testes clínicos para um novo remédio contra o Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV), o primeiro contra a aids sintetizado por laboratórios da China, informou hoje o jornal oficial "China Daily".
O Nifeviroc foi desenvolvido de forma conjunta pelo cientista Pei Gang, do Instituto de Ciências da Vida de Xangai, e Ma Dawei, um pesquisador do Instituto de Química Orgânica da mesma cidade.
Os dois institutos pertencem à Academia Chinesa de Ciências, subordinada ao Executivo.
O novo remédio inibe a proteína CCR5, que se encontra de forma natural na superfície das células imunológicas e que facilita o acesso do HIV às células sadias, que passa a infectar.
"Se desativarmos essa proteína, podemos deter o vírus antes que ele entre nas células", explica Ma.
As perspectivas do Nifeviroc, com poucos efeitos secundários, segundo os pesquisadores, são promissoras na China. O país tem 640 mil infectados pelo HIV, oficialmente, e 5 milhões segundo dados de diversas ONGs.
Como o Governo chinês não reconhece a extensão da epidemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não pode conceder ao país a licença para produzir genéricos sem infringir a patente das multinacionais, uma solução adotada com sucesso em países como o Brasil.
O remédio chinês pode ser combinado com outros tratamentos.
Os cientistas de todo o mundo começaram a fixar a sua atenção na proteína CCR5 em meados da década de 1990. Hoje, um laboratório americano está desenvolvendo a terceira fase dos testes clínicos de um composto semelhante ao Nifeviroc.
Os cientistas acreditam que precisarão de três a cinco anos para que o Nifeviroc possa ser usado clinicamente. Os dois cientistas chineses dedicaram mais de seis anos aos estudos para sintetizar o composto.
A Target Pharmaceutical, co-fundadora dos dois institutos, acha que com o remédio a China alcança o Ocidente na pesquisa contra a aids.
"Segundo os resultados das análises de laboratório, seus efeitos são tão bons quanto os conseguidos pelos cientistas americanos. O preço será muito mais barato que o dos remédios estrangeiros", afirma Chen Li, diretor-geral da Target.