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BUSCA DE VACINA

09/04/2007 - AFP

Cientistas se concentram em pacientes resistentes

Cientistas franceses especializados em Aids esperam que uma vacina contra a doença possa surgir do conhecimento sobre um pequeno número de soropositivos que conseguem resistir à doença por um longo tempo, sem fazer qualquer tratamento.
"Existe uma minoria de pacientes, menos de 1%, que encontraram em seu sistema imunológico a capacidade para uma robusta resposta antiviral, que é exatamente o que se esperaria de uma vacina", disse nesta segunda-feira à AFP Jean-François Delfraissy, chefe da agência francesa de pesquisa sobre a Aids.
Delfraissy e outros especialistas estudam como alguns soropositivos conseguem controlar o vírus.
Suas descobertas, publicadas no jornal "Proceedings of the National Academy of Sciences", mostram como algumas células do sistema imunológico, chamadas células CD8, são capazes de evitar a disseminação de uma infecção de HIV em um pequeno número de pacientes.
Estes pacientes permanecem soropositivos porque continuam a produzir anticorpos contra o HIV, mas por outro lado, a infecção é imperceptível e nenhum tratamento, necessário.
Os cientistas afirmam que o papel essencial das células CD8 poderia levar ao desenvolvimento de uma vacina para aqueles pacientes - a grande maioria - cujo sistema imunológico não consegue ativar espontaneamente seu poderoso potencial anti-HIV.
Através da mutação e graças a algumas linhas de defesa, o HIV tem sido o mais temível inimigo com o qual os especialistas em desenvolvimento de vacinas já se confrontaram.
Mas em fevereiro, uma equipe de cientistas americanos disse ter vislumbrado um local chave na ponta de acoplagem do HIV que é estável e não sofre mutações: em outras palavras, um alvo.
A equipe informou que o local foi identificado graças a um anticorpo específico, denominado b12, encontrado no sangue de pessoas que são capazes de manter o vírus inócuo por longos períodos.