Notícias

UM BALANÃO DO ENCONTRO

11/03/2007 - Agência Aids

I Encontro Estadual e Municipal de Cidadãs Posithivas de S.P.

MULHERES FAZEM UM BALANÇO DO ENCONTRO REALIZADO NA CAPITAL PAULISTA E REVELAM APRENDIZADO E SALDO POSITIVO PELA PARTICIPAÇÃO NO EVENTO

Ativistas formam uma roda no final do I Encontro Estadual e Municipal de Cidadãs Posithivas de São Paulo, que terminou na tarde deste domingo (11/03)

No último dia do I Encontro Estadual e Municipal de Cidadãs Posithivas de São Paulo, encerrado no início da tarde deste domingo (11/03), algumas das ativistas presentes fizeram um balanço do evento realizado no Hotel San Raphael, no centro da capital paulista. Organizado pelo Grupo de Incentivo à Vida (GIV), com o apoio do Programa Estadual e Municipal de DST/Aids, o evento reuniu mais de 90 mulheres de várias cidades do estado mais rico da federação.
Rosiane Ferreira, de Campinas (interior de São Paulo), avaliou que esse foi o encontro mais “tranqüilo e disciplinado” do qual ela já participou. “As dinâmicas foram ótimas, todo mundo dividiu experiências”, ressaltou. Soropositiva há dez anos, ela acredita que a importância desse tipo de encontro reside na possibilidade de descobrir novas “lideranças, que até então estavam no anonimato.” A própria, aliás, disse estar se “descobrindo” como ativista somente “agora”.
“Aprendizagem”. Foi com essa palavra que a soropositiva Geni de Oliveira definiu o encontro. Natural de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, ela disse que esse tipo de evento é fundamental por permitir a troca de experiências e o relacionamento com outras cidadãs posithivas. Na sua opinião, os ativistas que lutam contra a epidemia da Aids formam “um grupo isolado.” Geni de Oliveira teve o HIV diagnosticado em 1997.
Dayane Barros da Silva é soropositiva há duas décadas.Ela foi infectada pela mãe durante a gestação (situação definida como transmissão vertical). “É importante que as mães incentivem os jovens a participar [desse tipo de encontro]”, defende. Natural de Mairiporã, interior do estado, ela revela que sofreu “muito preconceito” na infância e juventude. “Tinha muitas dúvidas [sobre o que era a Aids]”, explica.
Na sua opinião, nos próximos encontros, os organizadores “poderiam colocar temas em relação aos jovens”. Dessa forma, acredita a ativista, mais jovens se sentiriam estimulados a participar.
Russa de origem gaúcha que adotou São Paulo como casa. Esse é o perfil resumido de Sheila Rudnickas. “Esse encontro foi o primeiro que participo em 15 anos de sorologia, durante 12 anos me tranquei em casa, me isolei do mundo”, revela. “Esse encontro mudou minha vida, tenho mais vontade de participar. Plantando uma semente a gente consegue uma árvore”, empolga-se.
Vera Lúcia, de São Paulo, é soropositiva há cinco anos. Tímida, ela foi bastante sintética. Vera disse que as ativistas precisam “conhecer cada vez mais” todos os assuntos relacionados à epidemia da Aids. Encontros desse tipo, de acordo com a paulistana, proporcionam esse conhecimento.
“Agradeço ao GIV [Grupo de Incentivo à Vida, um dos organizadores da empreitada] pela oportunidade. Foi muito bom. As palestras foram muito proveitosas, a convivência [com as demais ativistas] também”, avalia Tereza Rodrigues Schalok, soropositiva desde 1998. Embora a situação tenha melhorado, ela revela que ainda hoje sofre descriminação por ser uma cidadã vivendo com Aids.