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27/02/2007 - Reuters

Órgão da ONU prejudica combate à Aids, dizem ONGs

A agência antidrogas da ONU está prejudicando os esforços de combate à Aids e deveria ser alvo de uma revisão independente, disseram importantes ativistas na terça-feira.
A Rede Jurídica Canadense para o HIV/Aids, o Instituto da Sociedade Aberta e Stephen Lewis, que foi representante especial da ONU para o combate à Aids na África, acusaram o Escritório Internacional de Controle de Narcóticos, com 13 integrantes, de adotarem políticas antidrogas que ignoram a saúde pública.
"Se eu tivesse (a agência) sob meu controle...lhes daria uma chicotada intelectual e retórica que eles nunca esqueceriam," disse Lewis em entrevista coletiva.
Um relatório dos grupos diz que um terço das infecções pelo HIV fora da África são causadas pelo uso de drogas injetáveis. A agência antidrogas da ONU admite esse problema, mas até hoje, segundo o texto, nada fez a respeito.
O relatório, intitulado "Fechado à Razão", diz que a agência da ONU, criada em 1968, não só ignora as implicações do uso de drogas na saúde pública como também menospreza "programas eficazes" como o fornecimento de seringas esterilizadas e o uso da metadona no tratamento da dependência química.
"É como se a conjunção HIV/Aids tivesse passado ao largo do Escritório Internacional de Controle de Narcóticos", disse Lewis. "Eles estão se alinhando com o vírus ao invés de se oporem determinantemente a ele."
Quase 40 milhões de adultos e crianças viviam com o vírus da Aids em 2006, sendo mais de 25 milhões só na África, segundo dados da ONU.

Por Michelle Nichols