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DESINFORMAÇÃO
24/02/2007 - Reuters
Quase metade das indianas nunca ouviu falar da Aids
Mais de 40 por cento das mulheres da Índia nunca ouviu falar da Aids, revelou uma pesquisa do governo que deixou ativistas do setor alarmados.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a Índia possui 5,7 milhões de pessoas contaminadas pelo HIV, o que faz desse o país com o maior grupo de portadores do vírus no mundo. Mas a taxa de incidência da doença, em uma população total de 1,1 bilhão de pessoas, é muito menor do que na maior parte da África.
A Pesquisa Nacional sobre a Saúde Familiar (NFHS), o estudo mais amplo sobre saúde e alimentação realizado na Índia, disse em sua edição mais recente que apenas 57 por cento das indianas já tinham ouvido falar sobre a Aids.
Nas áreas rurais, onde mora a maior parte dos indianos, menos de metade das mulheres -- 46 por cento -- estava ciente da doença.
"Isso mostra que as mulheres não têm acesso à informação, o que se traduz em um número ainda maior de mulheres sendo contaminadas", disse Anjali Gopalan, chefe da Fundação Naz Índia, um importante grupo de combate à Aids.
Nos últimos anos, deu-se uma crescente "afeminação" da epidemia na Índia, onde quase 40 por cento dos portadores do HIV são hoje mulheres, várias delas donas-de-casa.
Um dos motivos para a falta de informação sobre a doença entre as mulheres é o fato de o governo ter concentrado seus esforços de prevenção entre os grupos de alto risco como as prostitutas e os usuários de drogas intravenosas, ao invés de tentar atingir a população em geral.
A NFHS, realizada com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e dos governos britânico e norte-americano, revela que a situação entre os homens é muito diferente -- 80 por cento deles já ouviram falar da doença.
Apenas 54 por cento das indianas são alfabetizadas, contra 76 por cento dos homens.
Muitas moradoras de vilarejo não possuem aparelhos de TV em suas casas e, assim, não são atingidas pelos anúncios sobre a Aids, dizem ativistas, que defendem a adoção de medidas mais drásticas para educar e capacitar as mulheres.