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FRAQUEZA DO VÍRUS HIV
14/02/2007 - Reuters
Descoberta fraqueza do vírus da Aids que pode ajudar em vacina
Cientistas capturaram uma imagem do vírus da Aids em um aperto de mãos biológico com as células imunológicas que ele ataca, e disseram na quarta-feira que isso pode ajudar no desenvolvimento de uma vacina.
Eles localizaram uma região no exterior do vírus HIV que pode ser vulnerável a anticorpos que o impediriam de contaminar células humanas.
O pesquisador Peter Kwong, do Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NHI), disse que o estudo, publicado na revista Nature, pode significar o fim da longa busca pelo "local de vulnerabilidade" em que o HIV poderia ser atingido por uma vacina.
"Ter esse local e saber que se podem produzir anticorpos contra ele significa que uma vacina é possível", afirmou Kwong por telefone. "Não quer dizer que chegamos lá. Mas sai da lista dos sonhos impossíveis e vira algo que é uma barreira técnica."
Especialistas concordam que a eventual vacina será a única forma de conter a pandemia que matou mais de 25 milhões de pessoas desde 1981. Atualmente, há cerca de 40 milhões de soropositivos no mundo, a maior parte na África.
Embora haja dezenas de vacinas sendo desenvolvidas, só duas estão em estágio avançado de testes em humanos -- uma do laboratório Merck, outra do Sanofi-Aventis. A descoberta da imunização é especialmente difícil porque o vírus ataca células imunológicas.
A equipe do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e Alergias, ligado ao NIH, fez a descoberta usando imagens dos átomos dos vírus, que mostraram a estrutura de uma proteína na superfície do HIV no momento de choque com um anticorpo. Eles disseram que essa proteína, chamada gp120, parece suscetível a ser atacada por esse anticorpo, o b12. Anticorpos são proteínas do sistema imunológico que ajudam a localizar e destruir invasores como vírus e bactérias.
Os pesquisadores detalharam a interação precisa no momento em que o vírus tenta agarrar e contaminar as células enviadas para proteger o corpo.
"O primeiro contato é como um cauteloso aperto de mãos, que então vira um caloroso abraço de urso", disse Gary Nabel, especialista em vacinas do NIH e co-autor da pesquisa.
O vírus usa a proteína gp120 para obter acesso às células-T CD4 que infecta. Mas os pesquisadores também descobriram que o anticorpo b12 pode bloquear esse processo.
O vírus sofre rápidas e contínuas mutações para driblar o sistema imunológico, e também se esconde de forma a impedir os anticorpos de bloquearem as proteínas que o HIV usa para grudar numa célula e infectá-la.
Daí a importância dessa área de vulnerabilidade, segundo Nabel. "Certamente é uma das melhores pistas a aparecerem nos últimos anos", afirmou.