NotÃcias
ATIVISTA CHINÊS CONTRA A AIDS
06/02/2007 - EFE
EUA pedem que China permita viagem de ativista de 80 anos
A diplomacia americana pediu que a China autorize a médica Gao Yaojie a viajar a Washington para receber um prêmio por sua luta contra a aids, depois de um ativista chinês denunciar que ela está sendo mantida sob prisão domiciliar para não poder sair do paÃÂs.
"Transmitimos nossa preocupação ao Ministério de Relações Exteriores chinês e pedimos as medidas necessárias para que a doutora Gao possa viajar aos Estados Unidos", disse hoje àEfe uma porta-voz da Embaixada americana em Pequim.
O Ministério de Relações Exteriores, no entanto, não respondeu até o momento.
Gao, uma ginecologista aposentada que completará 80 anos em 2007, ficou famosa na década passada ao alertar para a expansão da aids em Henan, no centro do paÃÂs, por causa de transfusões de sangue ilegais. O caso ainda é silenciado pelas autoridades.
A organização de defesa das mulheres Vital Voices, que tem como presidente de honra a senadora americana Hillary Clinton, decidiu dar a Gao um de seus prêmios. Ela foi convidada para a cerimônia de entrega, dia 14 de março, em Washington.
Gao deveria ir a Pequim no domingo a fim de solicitar o visto, mas as autoridades locais impediram sua viagem e ela ficou sob prisão domiciliar em sua casa, em Zhengzhou, capital de Henan, disse o ativista Hu Jia, citado hoje pelo jornal "South China Morning Post".
Um empregado do escritório de propaganda de Henan disse àagência Efe que, embora se fale muito do caso de Gao, não acredita que haja impedimentos para sua viagem aos EUA.
Em 2001, as autoridades chinesas negaram àmédica um passaporte para ir aos EUA, onde aceitaria um prêmio da ONU.
"Eles têm medo de que ela vá a Washington e fale sobre o que está acontecendo em Henan", disse àagência Efe uma especialista em aids que há vários anos trabalha na China.
Em meados da década de 90, dezenas de centros "médicos" ambulantes, em sua maioria ilegais, compravam sangue a US$ 4 o litro em Henan. As transfusões, em condições higiênicas mÃÂnimas, reutilizando as seringas e misturando o sangue de muitos pacientes, propagaram o HIV pela região.