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A VOLTA DAS DSTs

29/01/2007 - Folha de São Paulo

O uso do preservativo

"Tenho 21, fui fazer exame admissional em uma empresa e foi constatado que já tive sífilis. Notei que agora apareceram bolinhas na glande. Isso é por causa da sífilis?"
"Tenho 17 e estou com uma secreção no pênis. Tive relação sexual com uma garota há poucos dias. Preciso de tratamento ou isso passa sozinho?"

POIS É! Não é que as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) voltaram a ocupar espaço na coluna? E você sabe quem é o responsável por esse tipo de infecção, não é? O sexo sem proteção, sem camisinha!
Apesar do avanço do HIV (causador da Aids) e do HPV (causador das verrugas genitais e do câncer de colo de útero) nas últimas décadas, infecções provocadas por bactérias como gonorréia, sífilis e clamídia nunca deixaram de existir.
A sífilis é uma doença que evolui em fases. Assim, na fase mais aguda, alguns dias depois da contaminação, ela produz uma ferida indolor no pênis ou na vagina. Na segunda fase, um a dois meses depois, ela se dissemina e pequenas manchas avermelhadas podem aparecer no corpo, além de mal-estar, febre e cansaço. Essas são as fases em que há maior risco de transmissão.
Depois disso, há um longo período de latência, que pode durar até décadas. Na sua terceira fase, a doença volta e pode provocar lesões graves em diversas partes do corpo, como coração e sistema nervoso.
Os exames que detectam a presença da sífilis no corpo podem indicar tanto quem está com a doença em uma fase ativa, como as pessoas que já tiveram a infecção. Quem está com a doença precisa tomar antibióticos.
As bolinhas descritas pelo leitor precisam ser vistas pelo médico, para saber se têm relação com a doença. Podem ser glândulas aumentadas (que não têm nada a ver com a sífilis) ou sinalizar até uma outra DST.
Corrimento no pênis ou na vagina alguns dias depois de uma transa também pode indicar uma DST. Gonorréia e a infecção por clamídia são duas das principais causas dessas uretrites (infecções da uretra). Nosso segundo leitor precisa, sim, de acompanhamento médico para diagnosticar a causa da infecção. Dependendo da bactéria, o médico opta pelo antibiótico mais adequado.
É bom lembrar que não existe vacina contra as DSTs causadas por bactérias e que o tratamento é simples, com o uso de antibióticos (às vezes até em dose única) . Mas, como as pessoas evitam procurar o médico, por vergonha ou medo, essas doenças podem complicar e contaminar mais gente. Qualquer DST é porta de entrada para o HIV. E mais: não é melhor nem ter que pensar nisso e simplesmente usar camisinha?