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CIRCUNCISÃO E O HIV/AIDS

13/12/2006 - AFP

Circuncisão reduz risco de homens contraírem vírus da Aids

A circuncisão reduz significativamente o risco de os homens contraírem o vírus HIV, segundo novos estudos publicados nesta quarta-feira e que podem ter implicações significativas no combate à Aids.
Testes feitos no Quênia e em Uganda mostraram que os homens circuncidados têm menos riscos de contrair o HIV através de relações sexuais heterossexuais do que os que mantêm o prepúcio.
A experiência no Quênia foi realizada com 2.784 homens e mostrou uma redução de 53% no contágio de HIV dos circuncidados com relação aos que não o são.
Em Uganda, 4.996 homens participaram do estudo, que revelou uma redução de 48% do contágio do HIV entre os participantes circuncidados.
Os estudos, realizados pelo National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID), parte do National Institute of Health (NIH) americano, confirmam as descobertas de uma pesquisa similar, realizada na África do Sul com financiamento francês.
"As descobertas são de grande interesse para os que elaboram políticas de saúde pública, que estão desenvolvendo e implementando programas integrais de prevenção do HIV", disse o diretor do NIH, doutor Elias Zerhouni, em um comunicado.
O doutor Anthony Fauci, chefe do NIAID, disse em entrevista coletiva que os resultados das pesquisas terão um impacto importante na forma como as autoridades combatem a Aids em países com um alto índice de infecções por HIV.
Mas Fauci e outros cientistas envolvidos nos dois estudos advertiram que os resultados não devem induzir as pessoas a pensar que a circuncisão dá uma proteção total contra a Aids.
"Está muito claro que isto (a circuncisão) não é um substituto para, mas uma soma a (a proteção), desta forma antecipamos que as mensagens de prevenção (...) deverão ter a grande advertência de que (...) isto não significa que se tem uma proteção absoluta", advertiu Fauci.
Além disso, enfatizou a importância de que a circuncisão seja realizada por profissionais médicos e que os pacientes recebam o cuidado apropriado após a cirurgia para evitar infecções e outras complicações.
Os estudos no Quênia e em Uganda começaram em setembro de 2005 e seriam mantidos até meados de 2007, mas foram suspensos antes pela importância das descobertas.
O estudo foi feito com homens entre os 18 e os 24 anos no Quênia e entre os 15 e 49 em Uganda. Neste país, 65 dos participantes contraíram o HIV, 22 no grupo dos circuncidados e 43 no outro grupo. No Quênia foram infectados 69 homens, 22 circuncidados e 47 não circuncidados.