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CUIDADOS BÁSICOS
13/12/2006 - EFE
ONU: Segurança alimentar e aids são desafios para sul da África
O futuro do sul da África depende da forma como os Governos da região enfrentam os efeitos da aids e da garantia de alimentação, educação e cuidados dos órfãos por causa da doença, afirmou a ONU hoje.
Durante uma entrevista coletiva na cidade sul-africana de Johanesburgo, o enviado especial do secretário-geral da ONU para Necessidades Humanitárias, James T. Morris, disse que 9 dos 10 países com mais alto índice de soropositivos ficam no sul da África, e que existem mais de 3,3 milhões de órfãos devido ao vírus.
Esta combinação gera grande pressão no orçamento governamental para saúde, serviços sociais, segurança alimentar e educação.
"A região foi se superando nos últimos cinco anos, mas ainda há enormes desafios", disse Morris, que realiza uma viagem que o levou a oito países da região.
"Até que a pandemia de aids seja controlada - disse Morris - e os órfãos vivam em um ambiente onde possam refazer sua vida, o sul da África continuará lutando para chegar a um desenvolvimento a longo prazo e quebrar o ciclo de pobreza".
O enviado do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, acrescentou que a alimentação é vital para o sucesso da medicação anti-retroviral.
"O alimento e a nutrição são muito importantes para as pessoas que vivem com o HIV (...), A combinação de ambos (remédio e alimentação) prolonga a vida", acrescentou Morris, especificando que cerca de 4,3 milhões de pessoas continuam precisando de ajuda.
"Os países precisam abranger mais diversificação das colheitas, melhorar o acesso à água potável e à saúde, melhorar a difícil situação das mulheres que, infectadas com o HIV, têm que carregar o peso da família e as responsabilidades agrárias", disse.
Sobre o tratamento com anti-retrovirais, citou o caso de Malauí, onde a distribuição do remédio aumentou de 8.000 pessoas em janeiro de 2005 para 70.000 neste mês.
"No entanto, todos os países da região têm um longo caminho para satisfazer as demandas", advertiu.
O Zimbábue, que passa por sua pior crise econômica, fez grandes progressos na redução do número de pessoas com aids, "de 25% há alguns anos aos 18,1%" atuais, acrescentou.
"A mortalidade infantil melhorou, enquanto a mortalidade materna piorou consideravelmente, em grande parte devido à aids", disse Morris.