Notícias
LABORATÓRIO INICIA ESTUDO COM NOVA CLASS
03/12/2006 - Agência Aids
Com nova classe para hiv/aids no brasil
Pesquisa permitirá uso da nova droga aos pacientes que apresentem resistência ou intolerância ao tratamento atual
Como introdução da Pfizer na área de HIV/Aids no Brasil, a empresa iniciará no primeiro semestre de 2007 uma pesquisa com um novo medicamento, cujo princípio ativo é o maraviroc. Trata-se do primeiro representante de uma nova classe de anti-retrovirais, chamada de antagonistas do CCR5, que atua impedindo a entrada do HIV na célula. O produto está em fase final de estudos clínicos e será em breve enviado para aprovação das agências regulatórias.
Maraviroc representa a mais nova opção no tratamento de pacientes infectados pelo HIV quando as alternativas terapêuticas não apresentam mais o resultado esperado. Em casos como estes conhecidos como terapia de resgate maraviroc pode promover uma resposta positiva, pois o produto possui um mecanismo de ação diferenciado.
O maraviroc impede a entrada do HIV nos linfócitos CD4, células de defesa, por meio do bloqueio da CCR5, porta de entrada utilizada por um tipo específico de HIV para infectar as células sadias do corpo. Com esse bloqueio, o medicamento diminui a replicação viral, beneficiando pacientes que atualmente apresentem vírus resistentes.
Esta pesquisa clínica que incluirá 200 pacientes em 20 centros de pesquisa espalhados por todo o país faz parte do processo de desenvolvimento local do produto e foi adaptada a partir do Programa de Acesso Expandido anunciado recentemente pela Pfizer em vários países.
O Programa foi criado principalmente para possibilitar o uso do medicamento a pacientes que, na opinião dos investigadores, necessitam de uma nova opção de tratamento. Pessoas que vivem com HIV e cujo vírus se tornou resistente aos tratamentos disponíveis têm uma necessidade urgente por novos medicamentos, diz John LaMattina, presidente mundial de Pesquisa e Desenvolvimento da Pfizer. É nossa esperança que maraviroc, agora em sua fase final de desenvolvimento, possa ajudar os pacientes que esgotaram as opções terapêuticas.
Para poder participar do estudo, os portadores deverão estar estáveis e possuir infecção pelo HIV que apresente afinidade pela proteína CCR5. Para saber se o paciente tem esse tipo de vírus, é necessário fazer um exame de diagnóstico chamado Teste de Tropismo. O paciente precisa ter 18 anos, apresentar resistência ou intolerância aos medicamentos disponíveis e não conseguir atingir os níveis adequados de supressão da carga viral com o tratamento atual.
O estudo não incluirá pacientes que são portadores do vírus do HIV que utiliza outra porta de entrada nas células que não exclusivamente a do receptor CCR5. Também estão excluídos pacientes com condição médica que o investigador julgue interferir na adesão do tratamento, bem como gestantes e lactante.