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AIDS EM PORTUGAL

01/12/2006 - Lusa

Portugal quer reduzir morte por Aids em 25% até 2009

Portugal apresentou, nesta sexta-feira, um novo programa de combate à Aids que se propõe, até o final de 2009, a reduzir em 25% a mortalidade causada pela doença, diminuir o número de novas infecções e aumentar o diagnóstico voluntário.
Na apresentação do programa, o coordenador luso para a infecção HIV/Aids, Henrique Barros, afirmou que um aumento da detecção precoce da doença e um encaminhamento mais rápido para os serviços de saúde vai "aumentar o número de pessoas em tratamento e os gastos em tratamentos", mas é um ganho em "qualidade no futuro".
O "Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecção HIV/Aids 2007-2010" prevê também intervenções na prevenção da doença em grupos mais vulneráveis, como os toxicodependentes e os migrantes.

Meta

A única meta numérica estabelecida no documento diz respeito à diminuição da mortalidade por Aids em 25% e à redução no número de novas infecções, ainda que Barros admita que o conhecimento sobre esta aspecto ainda é "insuficiente" em Portugal.
"A meta é chegar pelo menos à meta européia", disse Barros, acrescentando que, com uma queda de 25% da mortalidade por Aids, Portugal ficará "abaixo da média européia".
Questionado pelos jornalistas sobre os motivos para a mortalidade pela doença ser, em Portugal, superior à média européia, apesar do acesso a medicamentos, Barros respondeu que "provavelmente os doentes chegam muito tarde aos hospitais", devido a questões sociais como o "receio de dizer que têm a infecção porque podem perder o emprego ou os amigos".

Diagnóstico

Os objetivos do plano incluem também a tentativa de levar as pessoas a saberem "seu estado sorológico mais cedo", perguntando a elas, sempre que precisarem de serviços de saúde, se "se querem fazer o teste" de detecção do HIV, precisou o coordenador nacional.
Barros completou que "não há-de ser diferente fazer o teste de Aids ou o do colesterol", até porque, "hoje, um resultado positivo não é uma sentença de morte, é o início de um percurso que pode durar décadas".
"Mas é impossível que as pessoas queiram saber o seu estado sorológico sem uma ação sobre a discriminação", advertiu Barros, sendo que a erradicação desta também é um objetivo incluído no documento.