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XIII ENCONTRO NAC. DE PESSOAS HIV/AIDS

13/10/2006 - Agência Aids

Encontro Vivendo no Rio de Janeiro

Há 10 anos quando o Encontro Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (Vivendo) acontecia no Rio de Janeiro, o músico Renato Russo morria por complicações decorrentes dessa doença. Anos antes, foi a vez de Cazuza, Herbert Daniel e muitos outros “famosos” serem vítimas da síndrome que ataca o sistema imunológico. Todas essas mortes ganharam destaque na mídia e atenção da população.
Com o advento do coquetel anti-Aids no sistema único de saúde (SUS), a mortalidade provocada pelo HIV diminuiu e a doença foi “esquecida”, afirma o ativista William Amaral, um dos organizadores do XVIII Encontro Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (Vivendo), que começou na tarde desta sexta-feira, 13, no Rio de Janeiro.
Apesar de grandes avanços tecnológicos nas áreas de tratamento e informações sobre a Aids, todos os dias cerca de 30 brasileiros são vítimas fatais dessa epidemia. “Estamos dentro de um padrão mundial, mas isso é inaceitável”, diz a diretora do Programa Nacional de DST/AIDS, Mariângela Simão.
A representante do Ministério da Saúde afirma que “não podemos nos conformar” com essa taxa de mortalidade. Simão explica que os principais fatores que levam essas pessoas ao óbito são: falência terapêutica, pois muitos utilizam anti-retrovirais há vários anos e não conseguem um controle da doença; diagnóstico tardio; e falta de adesão ao tratamento.
Segundo a diretora nacional em DST/AIDS, a pasta tem como prioridade nos próximos anos, além de evitar novas infecções, contribuir justamente pela qualidade de vida das pessoas já portadoras do HIV, diminuindo o número de mortes. “Essa ajuda às pessoas que são soropositivas será destaque na nossa campanha de 1º de Dezembro (Dia Mundial de Luta contra a Aids)", comenta.
O diretor do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) no Brasil, Laurent Zessler, ressaltou que “fará o possível” para contribuir no enfrentamento da doença no país. “Temos que unir esforços internacionais, nacionais e municipais para combater a Aids”, diz o francês, que assumiu recentemente esse cargo.
Participaram ainda da mesa de abertura do XIII “Vivendo”, Ronaldo Mussauer, da IAVI – Iniciativa Internacional para uma vacina contra a Aids; Alexandre Chieppe, coordenador do Programa Estadual de DST/AIDS do Rio de Janeiro; e Narda Tebet, do Grupo Pela Vidda-Niterói.
Durante a cerimônia inicial, fotos do ex-presidente do Grupo Pela Vidda/RJ Octávio Valente Júnior foram ampliadas e projetadas num telão, emocionando a maioria dos participantes do evento. No mês de março, deste ano, o ativista teve falência múltipla dos órgãos, em conseqüência da Aids, e chegou a óbito. Ele tinha 44 anos e portava o HIV desde 1992.
O Vivendo ocorre pela quarta vez (as três primeiras foram em 1997, 1998 e 1999) no Hotel Glória. Rua do Russel, 632. Telefone: (0XX21) 2555-7272.

Lucas Bonanno, do Rio de Janeiro