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13/08/2006 - EFE

Coquetel com quatro remédios não melhora tratamento contra aids

O uso de um quarto remédio no tratamento contra a aids não reduz de forma significativa os níveis do vírus HIV no sangue ou a resistência aos remédios, segundo um estudo publicado na Revista da Associação Médica dos EUA (Jama).
O estudo, publicado em uma edição especial da revista, foi divulgado pouco antes do início da XVI Conferência Internacional sobre a Aids, que tem início hoje e ocorre até o dia 18, na cidade de Toronto, no Canadá.
O estudo acompanhou 765 pacientes durante três anos. Calcula-se que o custo anual do tratamento por pessoa seja de cerca de US$ 11 mil (dados de 2001), e o uso de um quarto medicamento aumentaria esses custos.
O doutor Roy M. Gulick, da Universidade Cornell de Nova York, assinalou que o tratamento inicial padrão para a infecção causada pelo vírus HIV-1 é um coquetel de três remédios que pode suprimir a presença do vírus no sangue, aumentar a contagem de células CD-4, atrasar a progressão clínica e melhorar a sobrevivência.
Alguns pesquisadores sugeriram que a adição de novos remédios ao coquetel inicial poderia melhorar o combate ao vírus.
O estudo de Gulick, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA e realizado em mais de 40 regiões dos Estados Unidos, utilizou um coquetel de quatro remédios em 765 pacientes infectados pelo HIV-1 que não haviam recebido previamente tratamento contra o vírus.
Mais da metade dos pacientes que participaram do estudo eram negros ou hispânicos, e quase 20% eram mulheres.
Alguns participantes receberam o coquetel de três remédios (zidovudine, lamivudine e efavirenz) enquanto outros acrescentaram um quarto medicamento, chamado abacavir.
Segundo os autores, "não foram encontradas diferenças significativas em um período de três anos entre o regime padrão, com três remédios, e o de quatro, para o tratamento inicial do HIV-1 em relação à resposta virótica, tempo de ação, contagem de células CD4 e outros fatores".
O último número da revista "Jama" é totalmente dedicado à aids.
Em 2006 se completa 25 anos do primeiro diagnóstico do vírus da síndrome de imunodeficiência adquirida (aids) como doença específica.
Segundo dados oficiais, desde 1981, 65 milhões de pessoas foram infectadas com o vírus da aids, das quais 25 milhões morreram após desenvolver a doença.
Das quase 40 milhões de pessoas que vivem hoje com o vírus da aids, 24,5 milhões estão nos países da África subsaariana.
A cada 6,5 segundos uma pessoa é infectada com a aids, e a cada dez segundos uma pessoa morre em conseqüência da doença.
Estima-se que a cada dia ocorram 11.200 novas infecções, e cerca de 8 mil pessoas morram.