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META DA OMS PARA A AIDS

31/07/2003 - Reuters

Paulo Teixeira defende meta ambiciosa da OMS para Aids

A Organização Mundial de Saúde (OMS) está confiante na multiplicação por dez, em dois anos, do número de portadores do HIV com acesso a medicamentos para Aids, disse nesta quarta-feira o novo coordenador da agência para a epidemia, o brasileiro Paulo Teixeira.
Ex-coordenador do elogiado programa do Brasil de combate à doença, Teixeira disse que muito dinheiro precisa vir de países ricos, mas que os países pobres que suportam o pior da epidemia também precisam fazer sua parte. Sem citar nomes, ele afirmou que alguns países em desenvolvimento ainda não estão levando à sério como deveriam a doença que matou 3 milhões de pessoas no ano passado - a maioria nos países pobres.
- Estamos enfrentando uma catástrofe e precisamos que todos façam um esforço adicional. O dinheiro, que ainda não é suficiente, precisa vir dos países ricos, mas também precisamos asseguram que todos os países estejam fazendo o melhor que podem.
Ao assumir a diretoria-geral da OMS neste mês, o sul-coreano Lee Jong-Wook estabeleceu como uma das prioridades máximas da agência o acesso de 3 milhões de soropositivos nos países em desenvolvimento às drogas anti-retrovirais que prolongam a vida dos pacientes. A meta deve ser atingida em 2005. Atualmente, apenas 300 mil portadores do HIV nessas regiões têm acesso aos medicamentos.
O tamanho da tarefa é tal que, mesmo que a campanha estivesse em pleno andamento no mês que vêm - e não estará - precisaria colocar 100 mil novos pacientes em tratamento por mês para atingir a meta. O financiamento atualmente pedido para organizações como o Fundo Global, estabelecido pela ONU para concentrar recursos para combate à doença, seria suficiente apenas para colocar mais 900 mil pessoas em tratamento.
Mas Paulo Teixeira se mantém otimista.
- Acredito que isso é absolutamente viável, apesar da magnitude da tarefa. Não fazer nada é inaceitável. Pessoas estão morrendo, inclusive profissionais de saúde, e cada ano que perdemos torna a tarefa mais difícil.