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VENDA DE PLASMA

04/07/2006 - EFE

Camponeses chineses vendem plasma mesmo com risco de Aids

A venda de plasma sanguíneo se tornou um método de sobrevivência para os camponeses pobres do sudoeste da China, apesar do temor de que a prática possa disseminar a aids e outras doenças, informou hoje o jornal "China Daily".
O assunto já havia sido abordado por uma reportagem da revista "Nanfengchuang", que denunciou a existência de 25 bancos de plasma na província de Guizhou, capazes de recolher mais de 1.500 toneladas de plasma ao ano, quase um quarto do total nacional.
O vendedor pode obter pouco mais de US$ 10 por cada 600 mililitros extraídos, segundo confirmou um camponês do condado de Huishui, que lamentou que as autoridades "só permitam a venda de plasma duas vezes por mês, já que é necessário esperar 14 dias entre cada extração".
Para superar esse empecilho, muitos camponeses utilizam documentos de identidade falsos que lhes permitem ir aos centros em várias ocasiões com diferentes "personalidades", e vender plasma em outras províncias, onde apenas os locais têm acesso permitido aos centros de extração.
As instalações onde é feita a coleta do plasma costumam permanecer abertas de segunda-feira a sábado, e, nos dias de maior procura, podem juntar quase mil "doadores".
A reportagem atribui o fenômeno ao fechamento, em 1996, de todos os centros de extração da província central de Henan, após muitos camponeses contraírem o vírus HIV em postos ambulantes com poucas garantias.
Quando as companhias farmacêuticas de Henan tiveram que buscar novas fontes para sua matéria-prima, voltaram-se para os territórios mais pobres do país, especialmente Guizhou e a região autônoma de Guangxi Zhuang.
O Governo anunciou que, a partir de 2008, será usado em hospitais apenas material procedente de doações.