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JULGAMENTO DAS ENFERMEIRAS BÚLGARAS

04/07/2006 - EFE

Enfermeiras búlgaras acusadas de propagar aids alegam inocência

Cinco enfermeiras búlgaras e um médico palestino reiteraram hoje sua inocência no tribunal penal de Trípoli, no Líbano, diante das acusações de contagiar deliberadamente cerca de 400 crianças líbias com o vírus da aids, informou a "Rádio Nacional da Bulgária".
As acusações apresentadas dão conta que, entre 1998 e 1999, os seis trabalhadores sanitários contagiaram intencionalmente as crianças com o vírus da aids no hospital infantil de Benghazi.
Além disso, a doença também foi contraída por 19 mães, especificou a emissora. Até o momento, mais de 50 crianças morreram.
As enfermeiras alegaram que são inocentes e que foram torturadas e envolvidas em uma trama inventada pela Polícia.
"Cuidávamos dessas crianças como as mães cuidam de seus filhos", declarou a enfermeira Snezhana Dimitrova.
Na audiência de hoje, que durou mais de cinco horas, foram interrogadas quatro testemunhas de acusação que culparam as enfermeiras búlgaras e o médico palestino pela doença de seus filhos.
Na próxima sessão, que será realizada em 25 de julho, o tribunal decidirá se ordena uma perícia médica internacional que revele as causas da tragédia.
O ministro búlgaro de Assuntos Exteriores, Ivailo Kalfin, lamentou hoje que a acusação continuasse mantendo como incriminação principal a tese do contágio premeditado.
"Não posso fazer nada além de lamentar que esta acusação seja mantida novamente, pois acho que no transcorrer do julgamento anterior numerosos analistas deixaram claro que não se pode falar de contágio deliberado das crianças líbias pelas enfermeiras búlgaras", disse Kalfin à imprensa, em Sófia.
Os seis trabalhadores sanitários foram presos em 1999 e condenados em 2004 à pena de morte que, no entanto, foi anulada em dezembro do ano passado quando a Corte Suprema de Apelação da Líbia mandou revisar o julgamento por erros judiciais no procedimento.
O segundo julgamento começou em maio e hoje foi realizada sua quarta audiência.
A defesa baseia sua tese na perícia de analistas internacionais, apresentada no julgamento passado, que afirma que a epidemia começou com uma infecção interna no hospital e se deveu às condições de insalubridade do centro médico.