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PREÃO MENOR DO TENOFOVIR

09/05/2006 - Agência Saúde

Medicamento contra HIV custará 51% menos para o Brasil

O Ministério da Saúde pagará, a partir desta terça-feira (9/5), 51% a menos pelo medicamento anti-retroviral tenofovir, que faz parte do coquetel utilizado para o tratamento dos portadores de HIV. O acordo foi assinado hoje pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares, e pelo vice-presidente da empresa canadense Gilead Science, Joseph Steele. O valor unitário do comprimido passou de US$ 7,68 para US$ 3,80. A redução no valor da droga representa uma economia imediata de US$ 31,4 milhões por ano, o que permitirá novos investimentos no Programa Nacional de DST e Aids.
De acordo com o ministro da Saúde, o acordo garante o abastecimento do tenofovir, que é distribuído gratuitamente para 11 mil pacientes. "Nós estamos em negociação com todos os produtores de antiretrovirais. O governo federal tem o compromisso de garantir aos portadores de HIV o provimento desses medicamentos, que são necessários para a melhoria da sua qualidade de vida", acrescentou. Atualmente, o Brasil distribui, gratuitamente, 17 medicamentos anti-aids, sendo nove importados e oito produzidos por laboratórios nacionais públicos e privados.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, o acordo já vale para a aquisição de 8,1 milhões de cápsulas que o governo brasileiro fará ainda em 2006. "O acordo não estabelece a compra do remédio em nenhuma quantidade. Exceto pelos programas humanitários, o Brasil tem agora o melhor preço para o medicamento em toda a América Latina", disse o secretário. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 1 milhão de pessoas em todo o mundo têm acesso aos medicamentos anti-retrovirais. Desse total, 300 mil estão na América Latina - 170 mil somente no Brasil.
Para Mariângela Simão, diretora do Programa Nacional DST e Aids, o acordo vai possibilitar, até o fim deste ano, expandir a distribuição do anti-retroviral em até 50%. "O tenofovir passa a ser um medicamento de escolha de primeira linha. A redução do custo possibilita o aumento do número de pacientes atendidos. Devemos fechar o ano com 15 mil ou 16 mil pessoas atendidas", afirmou. O medicamento, segundo ela, tem vantagens pela eficácia terapêutica, pela dosagem única diária e pela redução de efeitos adversos.