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SAÚDE MENTAL E O HIV/AIDS

08/05/2006 - Agência Aids

Preconceito está longe do fim

Em parceira com o Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, o GIV e o Grupo Lutando Pela Vida, o seminário "Saúde Mental e o HIV Aids" abordou na manhã deste sábado as dificuldades da família lidar com um soropositivo, segundo relato dos psicólogos presentes. O evento faz parte do "IX Encontro de Profissionais e Educadores que Trabalham com portadores do HIV/Aids".
"A Aids veio reforçar a visão preconceituosa que a instituição família possui", declarou a psicóloga da Federação Brasileira de Psicodrama, Dra. Ana Maria Fonseca Zampieri. Segundo ela, pessoas com pouca ou bastante escolaridade e acesso à informação possuem os mesmos preconceitos.
"Meu filho é traidor, corta a gilete e é aidético". Este foi um dos depoimentos citados pela psicóloga, de um pai escolarizado, que causou mais espanto entre os presentes no evento. " A sociedade é reprimida sexualmente em seus conceitos. Quando houve a liberação de alguns estigmas, a Aids surgiu como uma peste gay, castigo divino e homofobia", acrescentou.
O psiquiatra da Fundação Rubem Berta, Fábio Goffi Junior, destacou que o preconceito é inerente ao ser humano e que isso precisa ser trabalhado por toda sociedade civil. "O preconceito é uma limitação e faz com que as pessoas deixem de ver a vida e interagir com ela", afirmou ele.
Ele ainda destacou que a resistência de pequenas e médias empresas em aderirem às campanhas de Aids. "Isso já comprova que há preconceitos", reiterou o Dr. Fábio.

Rodrigo Vasconcellos