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O TRATAMENTO CONTRA AIDS NO MUNDO

28/03/2006 - EFE

América Latina e Caribe aumentam oferta do tratamento da aids

A América Latina e o Caribe são as regiões do mundo em desenvolvimento onde o tratamento da aids está mais espalhado, já que cerca de 68% das pessoas com a doença têm acesso aos procedimentos necessários, informou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A OMS informa em seu último relatório sobre a situação da aids no mundo - documento elaborado com a colaboração do Programa das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) - que no final de 2003 cerca de 210.000 pessoas recebiam tratamento nestas localidades.
Após dois anos, este número subiu para 315.000, o que representa 68% das 465.000 pessoas que, segundo cálculos, precisam de tratamento.
Com um aumento de 50% em dois anos o grau de cobertura do tratamento da aids atingiu na América Latina e no Caribe um patamar que não existe em nenhum outro ponto do mundo em desenvolvimento, onde a média é de 20%.
Na África subsaariana a porcentagem de pessoas que têm acesso a tratamento é de 17%, no sudeste asiático, de 16%, na Europa, de 13%, na Ásia central, e de 5%, respectivamente no Oriente Médio e no norte da África.
Concretamente, 13 países da região oferecem tratamento a mais da metade da população com a doença: Cuba 100% , Panamá 97%, Barbados 95%, Venezuela 84%, Brasil 83%, Argentina 81%, Costa Rica 80%, Chile 75%, México 71%, Uruguai 69%, El Salvador 59%, Jamaica 56% e Peru 52%.
Por outro lado, a Colômbia consegue atender apenas 44% das pessoas com aids, Guatemala 43%, Equador 42%, Trinidad e Tobago 38%, Honduras 35%, Paraguai 29%, Haiti 20% e República Dominicana 17%.
Para cuidar dos doentes da região -onde dois terços dos infectados são homens-, há cerca de 1.811 centros médicos (1.557 declarados e outros 254 calculados pelas agências da ONU), o que quer dizer que cada um atende a aproximadamente 174 pacientes.
Esse número é muito inferior à média do mundo em desenvolvimento, que informa que cada centro atende 228 pessoas (399 na África subsaariana).
Segundo cálculos, há na América Latina 1,8 milhão de pessoas com aids, após terem sido contabilizados 200.000 novos contágios e 66.000 mortes em 2005.
Os infectados no Caribe já são 300.000 e aumentam a um ritmo de 50.000 por ano, enquanto o vírus HIV foi responsável por 24.000 mortes em 2005.
Com relação à incidência da doença entre crianças, o relatório detalha que 8% dos doentes que recebem tratamento na região têm menos de 15 anos, contra 10% da média do mundo em desenvolvimento.
Por países, as porcentagens variam de 15% no Panamá, 12% em Honduras e 10% na Argentina, até 2% do Peru, 4% da Venezuela, 5% de El Salvador e 6% do Brasil.
Em seu relatório, a OMS também afirma que 80% dos usuários de drogas injetáveis que recebiam tratamento anti-retroviral no final do ano passado no mundo todo viviam no Brasil, país que mais oferece tratamento para estas pessoas.
Os responsáveis pelo relatório calculam que a região terá que investir cerca de 9,37 bilhões de dólares nos próximos dois anos para combater a expansão da doença, o que representa 17% do financiamento necessário por todo o mundo em desenvolvimento (aproximadamente 55,1 bilhões de dólares).
Da quantia total, 55% teria que ser investida na África subsaariana, onde estão 75% da população com aids nos países com renda baixa ou média.