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ESTUDO INTERNACIONAL SOBRE MORTALIDADE

10/03/2006 - www.hiv.org.br

No primeiro ano de uso de terapia anti-retroviral

Estudo internacional avalia mortalidade durante o primeiro ano de terapia anti-retroviral em países industrializados e em desenvolvimento

Uma importante estudo envolvendo duas importantes coortes internacionais de tratamento anti-HIV (ART-LINC e ART-CC) foi publicado recentemente no periódico médico The Lancet com uma extensa avaliação da mortalidade pelo HIV em pacientes em uso de terapia anti-retroviral no primeiro ano de tratamento, comparando os resultados de países industrializados e em desenvolvimento. Nesse estudo, 18 programas de tratamento anti-retroviral localizados em países em desenvolvimento na África, Ásia e América do Sul forma comparados com 12 programas localizados na América do Norte e Europa. Comparado com os países industrializados, os pacientes HIV+ em uso de terapia anti-retroviral em países pobres apresentavam um menor contagem de células CD4 no momento de início do tratamento (valor mediano de 108 células/mm3 vs 204 células/mm3) tinham maior probabilidade de serem do sexo feminino (51% vs 25%) e maior chance de usarem esquemas contendo não análogos de nuclosídeos (70% vs 23%). Entretanto, após 6 meses de tratamento, o valor mediano de ganho na contagem de células CD4 (106 células/mm3 vs 103 células/mm3), percentual de pacientes com carga viral indetectável (76% vs 77%) foi semelhante. Observou-se ainda que a mortalidade nos primeiros meses de terapia foi mais elevada nos pacientes de países pobres do que nos países industrializados (RR=4.3 no primeiro mês de tratamento e RR=1.5 após o sexto mês). A provisão de tratamento gratuito nos países pobres esteve associado com uma redução na mortalidade (RR=0.23). Os Autores concluíram que o uso de terapia anti-retroviral nos países pobres esteve associado com uma maior mortalidade nos primeiros meses de tratamento quando comparado com os países industrializados, mas quando o mesmo era oferecido conforme critério internacionais de elegibilidade e de forma gratuita aos pacientes, esse excesso de mortalidade foi reduzido de forma significativa.

Por: Marco Vitória