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DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA AIDS
01/12/2005 - www.globo.com
Silvinha, do Toque de Mulher participa do Mais Você
A transmissão sexual continua a forma mais comum, principalmente entre os heterossexuais e as mulheres.
No dia 1 de dezembro, comemoramos o Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
De acordo com os dados da ONU, 40,3 milhões pessoas têm o vírus da Aids em todo o mundo.
Destas, quase cinco milhões foram infectadas em 2005.
No mesmo ano, morreram mais de três milhões por causa da doença (570 mil eram crianças).
No Brasil, de 1980 a junho de 2005 foram registrados 371,827 mil casos de Aids.
O Boletim Epidemiológico de 2005, divulgado no dia 30 de novembro, revela que a epidemia vem perdendo força entre adultos jovens, usuários de drogas injetáveis e crianças menores de cinco anos infectadas pelas mães.
A transmissão sexual continua a forma mais comum, principalmente entre os heterossexuais e as mulheres.
Em 2004, 94,8% das mulheres acima de 13 anos foram infectadas dessa forma.
O crescimento da incidência entre mulheres é persistente em praticamente todas as faixas etárias.
Entre os homens, houve queda de casos, principalmente entre 13 e 19 anos. Em compensação, o número aumentou entre aqueles com idades entre 40 e 59 anos (só em 2004, foram infectados nesta faixa etária mais seis mil homens).
Neste ano, o Ministério da Saúde adotou como lema o combate ao racismo.
O slogan da campanha é: "Aids e racismo: o Brasil tem que viver sem preconceito".
A população negra representa 47,3% da população brasileira e 65% da população de baixa renda, segundo o IBGE.
É justamente entre os mais pobres que os casos de Aids vêm aumentando no país.
O aumento das pessoas infectadas pelo vírus da Aids em 2005 foi o maior desde que a doença foi descoberta, há 24 anos.
Um relatório das Nações Unidas mostra que são quase cinco milhões de novos casos em 2005.
No estúdio, Ana Maria recebeu duas mulheres soropositivo para conversar sobre aids.
Sílvia Almeida, 41 anos, telefonista, descobriu que era portadora do vírus em 1994, depois de 14 anos de casamento. Tudo começou quando o marido adoeceu e ninguém conseguia descobrir a causa. A mãe dele sugeriu o exame de HIV. E o resultado deu positivo.
Sílvia, que se achava totalmente fora do grupo de risco, descobriu que também era soropositiva. O relacionamento estável não significava proteção.
Ela já chegou a tomar 21 comprimidos por dia. Sentiu os efeitos colaterais do tratamento, mas diz que não é impossível enfrentá-lo.
Já Maria Aparecida Lemos, 50 anos, professora aposentada, ficou cega em 2001 por causa de uma infecção provocada pelo HIV. Descobriu que era soropositiva em 2000, quando fez um check up, pois sentia falta de ar, estava com a respiração ofegante, a pele estava enrugada e manchada. Como não tinha namorado desde 1998, ninguém pedia o exame de HIV. Foi tratada como se tivesse outra doença até que saiu o resultado do exame. A família de Cida ficou muito preocupada com o preconceito que ela poderia sofrer, sendo negra e soropositiva.
Em 2003, ela representou o Brasil na ONU. No ano passado, recebeu, no Palácio do Planalto, um troféu pelo trabalho prestado. Como ela mesma diz, às vezes Deus fecha as portas e abre um portal.