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UNICEF:

09/11/2005 - EFE

Infância e adolescência são a "face oculta" da aids

As crianças e adolescentes infectados pelo HIV, ou que tenham perdido seus pais por causa do vírus, são "a face oculta" de uma epidemia que atinge 40 milhões de pessoas em todo o mundo, disse hoje a representante em El Salvador do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Miriam de Figueroa.
A funcionária informou sobre a campanha para a América Latina e o Caribe que será lançada pela entidade nesta sexta-feira em San Salvador. A cerimônia ocorrerá ao término de uma cúpula dos presidentes do Sistema de Integração Centro-Americana (Sica) - Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá e Belize.
O IV Encontro Centro-Americano de Pessoas Vivendo com Aids começou na segunda-feira e o término está previsto para a noite de hoje, ao mesmo tempo em que o presidente salvadorenho, Elías Antonio Saca, deve inaugurar o III Fórum Latino-Americano de Aids e o IV Fórum do Congresso Centro-Americano de Aids (Concasida - 2005).
"A epidemia na infância e na adolescência é a face oculta, o que não vemos nunca, da qual nunca se fala, aquilo que estamos esquecendo. Sabemos que 60% das infecções que ocorrem no mundo são em menores de 24 anos e em menores de 15 anos", afirmou Figueroa.
A representante da Unicef disse que a campanha "Una-se à infância. Una-se à juventude. Una-se para derrotar a aids" tem como objetivo sensibilizar à população sobre os estragos causados pela doença em nível mundial.
"A campanha pretende lembrar que temos que nos unir contra esta terrível epidemia", disse Figueroa, ao afirmar que os órfãos deixados pela aids "ficam estigmatizados e desprotegidos".
Segundo ele, a sociedade "ainda não está sensibilizada para o tema da aids. Esse estigma, essa discriminação que se dá sobre as pessoas que sofrem da doença, ou possuem algum parente infectado, é terrível. Esta é a luta que temos que travar".
A representante da Unicef acrescentou que a campanha também incentiva o cumprimento "dos Quatro Pês: Prevenir a transmissão de mãe para filho; Proporcionar tratamento pediátrico, pois esta é uma das lacunas existentes no mundo; Prevenir a infecção do HIV em adolescentes e jovens; e Proteger e prestar apoio e serviços às crianças infectadas".
"Às vezes pensamos que o tema da prevenção se resume ao uso de preservativos. Temos que avançar nesta discussão, pois este é um tema que deve começar pelo resgate de valores e dos princípios da vida", avaliou Figueroa.
Segundo ele, crianças de 13 ou 14 anos iniciam sua vida sexual sem maior orientação por parte de seus pais ou professores. Neste sentido, as igrejas possuem um papel importante na prevenção.
"A melhor estratégia é começar a educar os pais" disse.
Figueroa informou ainda que, atualmente, a epidemia apresenta um nível de incidência que é de quase um para um entre mulheres e homens. Segundo ele, cada vez aumenta mais o número de menores de idade infectados pelo vírus.