Notícias

ERRO MÉDICO

03/11/2005 - Reuters

EUA lideram reclamações de erro médico e atendimento caro

Os pacientes norte-americanos registram mais erros médicos e reclamam mais de visitas desorganizadas ao médico que os canadenses, britânicos, australianos, neozelandeses e alemães.
Segundo uma pesquisa do Commonwealth Fund, 34 por cento dos pacientes com doenças graves nos EUA, entre os entrevistados no estudo, afirmaram ter recebido medicação errada, tratamento inadequado ou incorreto ou sofrido atraso na realização de exames nos últimos dois anos.
Entre os canadenses, 30 por cento relataram erros médicos semelhantes, seguidos de 27 por cento dos australianos, 25 por cento dos neozelandeses, 23 por cento dos alemães e 22 por cento dos britânicos, afirmou a fundação.
"Devido aos erros em exames laboratoriais e ao alto preço dos remédios, o espaço entre os EUA e os países como as menores taxas de erro foi muito grande," disse Cathy Schoen, vice-presidente-sênior do Commonwealth Fund, num artigo para a revista Health Affairs, que publicou o estudo em sua página eletrônica.
O Commonwealth Fund tem como missão dar apoio a pesquisas independentes sobre o atendimento à saúde.
Os pesquisadores, que conduziram a pesquisa entre março e junho, entrevistaram adultos que haviam passado por algum problema de saúde grave, que tivesse exigido tratamento médico "intenso" ou que tivessem ficado internados, excluindo gestações de rotina.
"Em geral, as experiências dos pacientes mostram um panorama em que não há uma pessoa ou uma equipe responsável por garantir que o cuidado seja coordenado e contínuo, com foco nas necessidades do paciente," disse Schoen.
Os norte-americanos foram os que mais reclamaram da desorganização no atendimento dos consultórios médicos -- 33 por cento --, seguidos da Alemanha, com 26 por cento, do Canadá, com 24 por cento, e da Nova Zelândia, com 21 por cento. Grã-Bretanha e Austrália ficaram com 19 por cento.
Os pacientes dos EUA também foram os que mais se afastaram do atendimento devido aos custos médicos. Mais de metade dos entrevistados disse que não tomou o remédio ou foi ao médico devido ao preço.
Na Grã-Bretanha, onde a saúde é subsidiada pelo governo, 13 por cento dos pacientes disseram ter ficado sem atendimento.
No geral, "falhas ficaram especialmente evidentes quando as pessoas são liberadas do hospital e para pacientes que consultam vários médicos," disse Schoen.
A pesquisa entrevistou entre 700 e 750 adultos, por telefone, no Canadá, na Austrália e na Nova Zelândia, e cerca de 1.500 pessoas na Grã-Bretanha, na Alemanha e nos EUA. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para Austrália, Canadá e Nova Zelândia, 3 pontos percentuais para Alemanha e EUA e 2 pontos percentuais na Grã-Bretanha.