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MÉDICA É CONDENADA POR SUPOSTO ERRO

14/10/2005 - Agência Folha

Que levou bebê com vírus da Aids à morte

Uma médica foi condenada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a indenizar em cem salários mínimos a família de uma menina que nasceu com HIV e morreu com poucos dias de vida. A condenação ocorreu porque a médica Gisele Nunes de Vieira, de Pelotas (RS), não diagnosticou que a grávida era portadora do vírus da Aids. O bebê nasceu sem que tivessem sido tomados os cuidados para não contaminá-lo.
Procurada, a médica, que ainda pode recorrer, afirmou que não se manifestaria.
A ação foi protocolada pelos pais em novembro de 1999, pouco depois da morte da criança.
A decisão diz que "a ignorância acerca do resultado correto impediu que a gestante se submetesse a tratamento adequado e, assim, evitasse amamentar a recém-nascida, o que poderia ter evitado a transmissão e a conseqüente morte, poucas semanas após o nascimento".
Segundo a defesa, Vieira não agiu com erro médico, mas, sim, ""incorreu em equívoco administrativo". Também sustentou que, ainda se houvesse diagnosticado o vírus na mãe, isso não evitaria a contaminação da criança. O diagnóstico ocorreu aos oito meses de gestação.
Médicos ouvidos como testemunhas disseram que as chances de a criança nascer com o HIV, se a mãe não for medicada na gravidez, são de 30% a 40%. Se a mãe realiza tratamento desde a 14ª semana de gestação e o recém-nascido é medicado até a sexta semana de vida, a chance cai para 8%.
(DA AGÊNCIA FOLHA)