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OBJETIVOS DO MILÊNIO
14/09/2005 - EFE
LÃderes clamam por mais recursos
A Cúpula de LÃÂderes Mundiais se transformou hoje em um clamor geral pela contribuição de mais recursos para financiar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que muitos paÃÂses em desenvolvimento não poderão alcançar até 2015.
"No último quarto de século houve uma importante redução da extrema pobreza, mas a solidariedade da comunidade internacional não foi suficiente", declarou hoje o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, na reunião sobre o Financiamento ao Desenvolvimento realizada em meio àcúpula.
Um estudo recente feito pela ONU calcula que serão necessários entre US$ 135 bilhões e US$ 195 bilhões de dólares anuais para que os paÃÂses em vias de desenvolvimento possam atingir as chamadas metas do milênio.
Estes objetivos aprovados no ano 2000 estabeleciam uma séria de metas para 2015, como a redução pobreza àmetade, a universalização da educação infantil, o combate às doenças e àAIDS, e a melhora das condições de vida de mulheres e crianças.
No entanto, cinco anos depois da Cúpula do Milênio, estes objetivos estão longe de ser cumpridos, especialmente pela falta de compromisso dos paÃÂses desenvolvidos no aporte de recursos da ordem de 0,7% de seu PIB.
Annan lembrou que nesta cúpula será fechado um compromisso para aumentar a ajuda ao desenvolvimento em US$ 50 bilhões, volume considerado ainda insuficiente.
Alguns governantes incluÃÂram em seus discursos a denúncia de que a falta de recursos não é o único obstáculo que os impede de alcançar os Objetivos do Milênio, pois também sofrem os efeitos da excessiva carga de juros por endividamento externo e do protecionismo comercial dos paÃÂses mais ricos.
Por sua vez, o presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, disse que os paÃÂses menos favorecidos teriam de fazer um esforço adicional para combater a corrupção, melhorar sua governabilidade e fazer bom uso do dinheiro recebido, que deve ser direcionados àconstrução de infra-estruturas.
O presidente do México, Vicente Fox, retrucou que os paÃÂses ricos também têm obrigações, como harmonizar os procedimentos de dotação de recursos, adaptar o auxÃÂlio às prioridades de cada paÃÂs receptor e focá-lo na redução da pobreza.
O México deu um tom otimista àreunião ao anunciar que está cumprindo os objetivos de desenvolvimento e ao pedir aos paÃÂses que estão na mesma situação a traçar novas metas, mais ambiciosas.
A maior reivindicação das nações em vias de desenvolvimento foi a eliminação das barreiras comerciais que impede estes paÃÂses de ter acesso aos mercados das economias avançadas.
"Se essas barreiras fossem levantadas, os paÃÂses em desenvolvimento poderiam gerar receitas equivalentes a US$ 130 bilhões. Daàa importância da Rodada de Doha", especificou o presidente do Chile, Ricardo Lagos.
Uma das vozes mais duras da reunião veio do chamado Grupo do Rio, que agrupa diversas nações latino-americanas e que protestou hoje contra o sistema financeiro internacional, por considerá-lo "anacrônico e ineficaz".
O ministro de exteriores da Argentina, Rafael Bielsa, em nome deste bloco regional, exigiu a reforma do sistema financeiro internacional.
Além disso, acusou o Fundo Monetário Internacional de ter pressionado "irresponsavelmente, para que os paÃÂses menos desenvolvidos levassem adiante polÃÂticas que, longe de melhorar suas situações econômicas e sociais, os colocaram em uma miséria maior do que antes".
Em seu discurso, o ministro argentino também pediu uma maior abertura comercial, assim como o alÃÂvio da dÃÂvida externa dos paÃÂses.
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Rato, presente àreunião, defendeu por sua parte a eliminação dos subsÃÂdios que distorcem o comércio como uma via a mais para que as nações em desenvolvimento alcancem um crescimento sustentado.
"O próximo passo vital é conseguir um acordo sobre as ambiciosas reformas da Rodada de Doha. Isso melhoraria de forma espetacular as expectativas de crescimento e de redução da pobreza", considerou Rato.