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MEDICAMENTOS E PATENTES
21/08/2005 - Gazeta Mercantil
Abbott adia projeto de investimento no Brasil
O norte-americano Abbott Laboratories mantém paralisado o projeto, anunciado em abril deste ano, de investir US$ 27 milhões para adaptar a fábrica, localizada no Rio, para a produção do medicamento Kaletra, indicado para o tratamento da Aids. Segundo a subsidiária brasileira, a empresa concentra agora seus esforços no fechamento de um acordo com o governo brasileiro sobre o preço de Kaletra, que vende para o programa de combate a Aids do País.
Desde o início do ano, o Brasil está fazendo pressão para que o Abbott reduza os preços desse medicamento, alegando que pode produzi-lo por um custo 59% menor. Entretanto, o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, chegou a fechar um acordo com o laboratório de redução do custo por pílula para US$ 0,99 ante o preço atual de US$ 1,17, em 8 de julho. Com a entrada de Saraiva Felipe, três dias após, houve um impasse na finalização do acordo, já que o novo ministro quer um corte maior. O Ministério da Saúde informou que Felipe só se manifestará após a finalização do acordo.
O parlamentar dos Estados Unidos Mark Steven Kirk, republicano do distrito de Abbott Park, no Estado do Illinois, onde o laboratório está sediado, disse, contudo, que reagirá à violação da patente da Abbott propondo uma legislação destinada a cancelar as vantagens comerciais, no valor de US$ 2 bilhões, de que gozam as exportações brasileiras para os Estados Unidos.
O Brasil aumentou seu orçamento para o tratamento da doença dos R$ 621 milhões de 2004 para R$ 945 milhões este ano e poderia economizar cerca de US$ 600 milhões num período de cinco anos se produzisse os três medicamentos de combate à Aids mais utilizados sem pagar licença aos fabricantes donos das patentes.