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AIDS EM EX-PAÍSES SOVIÉTICOS
26/07/2005 - Agência Reuters
O uso da metadona com Udis
A Rússia e seus vizinhos devem acabar com a proibição do uso de metadona no tratamento de viciados em drogas injetáveis, disseram cientistas na 3a. Conferência sobre Patogênese e Tratamento de HIV/Aids, da Sociedade Internacional de Aids (IAS, na sigla em inglês), realizada no Rio de Janeiro
"A metadona é basicamente uma ferramenta de prevenção contra a Aids," disse o professor Chris Beyrer, diretor do Programa Internacional Fogarty de Treinamento e Pesquisa para a Aids.
Beyrer elogiou a Rússia por ter permitido, a partir deste ano, que usuários de drogas participem de programas de tratamento para a Aids.
"Isso nos animou muito, mas eles ainda são contrários ao uso da metadona, que continua a ser ilegal ali. Eles precisam tirar o maior número possível de pessoas da agulha", afirmou o cientista.
A metadona é administrada oralmente, o que evita o uso da agulha, um dos meios de contágio da Aids. As drogas permitem que os usuários de heroína controlem os sintomas de abstinência e consigam funcionar normalmente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou recentemente que o tratamento seja parte integrante dos programas nacionais de combate ao HIV/Aids.
Outro cientista afirmou que a Rússia apenas concordou em tratar os usuários de drogas portadores do vírus da Aids porque isso era uma condição para que o país recebesse milhões de dólares em ajuda vinda do exterior.
Os especialistas afirmaram ainda que os dados sobre doentes da região não são confiáveis. A Ucrânia é a única exceção nesse quesito.
"A epidemia é relativamente recente, mas está se espalhando rapidamente," disse Beyrer. Segundo o cientista, nunca antes havia sido registrado uma expansão tão rápida de uma epidemia em uma população que está encolhendo, como é o caso da Ucrânia, da Rússia e do Cazaquistão.
"Por isso as implicações podem ser mais severas pois a doença infecta principalmente jovens e já uma falta deles."
Beyrer deu uma notícia favorável ao combate à Aids. Ele disse que o uso de preservativos vem se tornando um padrão na Rússia, ao menos entre prostitutas.