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MINISTRO FALA SOBRE QUEBRA DE PATENTE
08/07/2005 - Agência Aids
Diz que é complicado, mas Brasil tem que se impor
O novo ministro da Saúde, Saraiva Felipe, disse ontem que está empolgado para assumir a pasta, que tem um orçamento anual de R$ 40 bilhões. Embora a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tenha aconselhado Felipe a não se pronunciar como ministro antes da posse, ele falou sobre a possível quebra de patente do Kaletra. Disse que vai fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e que, embora sua administração na pasta seja uma continuidade, fará mudanças na equipe. Já estou sondando nomes, anunciou. Ao receber congratulações do reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Armando Mascarenhas, o novo ministro fez o seguinte comentário sobre o cargo: É muito mais problema do que solução. Mas dá para fazer uma contribuição [ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva]. Leia trechos da entrevista:
CORREIO BRAZILIENSE O senhor vai assumir a pasta no momento em que o governo estuda a proposta da quebra de patente de um medicamento anti-retroviral. Qual a sua opinião sobre o assunto?
SARAIVA FELIPE Não posso falar como ministro. Como especialista, diria que um processo de quebra de patente é muito complicado.
CORREIO Como assim?
FELIPE Nós não podemos nos curvar perante o laboratório [Abbott], recuando da licença compulsória. O Brasil tem que se impor. Até porque somos uma liderança no combate e tratamento da Aids, e não serviçais. Mas também precisamos negociar.
CORREIO Mas já existe um processo de quebra de patente em andamento.
FELIPE Eu sei. Mas acontece que uma quebra de patente como essa influi nas relações comerciais que o Brasil tem no exterior. Por isso eu disse que o processo é complicado.
CORREIO Qual seria o melhor caminho?
FELIPE A transferência de tecnologia, já que o Brasil tem condições de produzir o medicamento.
CORREIO Alguns especialistas dizem que o Brasil não tem tecnologia suficiente para fabricar o Kaletra.
FELIPE Isso eu só posso dizer depois que assumir o ministério