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Transfusões: Teste ajuda a prevenir
26/06/2003 - CORREIO BRAZILIENSE
A identificação ajuda na prevenção e também na assistência.
Atualmente, há 1.589 doentes de Aids e 2.329 portadores do vírus HIV no Distrito Federal, segundo o último boletim da gerência de DST Aids, de abril. A gerência lançará a campanha Fique Sabendo para conscientizar as pessoas sobre a importância de realizar testes de HIV. O objetivo é aumentar a testagem voluntária, que no Brasil e em Brasilia ainda é baixa. ‘‘A identificação ajuda na prevenção e também na assistência ao portador’’, explica Josenilda Gonçalves, gerente do programa no DF.
Ela ressalta a diminuição da mortalidade desde que o Ministério da Saúde passou a distribuir o coquetel (conjunto de remédios antiretrovirais). Em 1995, a taxa de mortalidade era de 32%. Em 2002, caiu para 7%. Josenilda encara como uma fatalidade o caso da criança infectada em Brasília na transfusão de sangue. ‘‘Lamentamos muito o fato. Doar sangue é um ato de desprendimento e solidariedade, por isso tem de ser consciente. O doador, com um gesto tão nobre, não pode ser responsabilizado por uma fatalidade’’, afirma.
Qualidade do sangue
O Ministério da Saúde possui o Programa Qualidade no Sangue, que investiu, entre 1997 e 2001, R$ 217,8 milhões para reduzir os índices de contaminação no país. Entre 1998 e 2000, a taxa de infecções por vírus HIV em transfusão de sangue chegou a 0,1%. Em 1996, era de 1,6%, com 326 casos de contaminação.
Com o caso da menina infectada em Ribeirão Preto, o Ministério da Saúde estabeleceu como meta, em 2002, introduzir o método NAT nos hemocentros, para reduzir a 11 dias o tempo da janela imunológica. O novo sistema foi implantado na Fiocruz, no Rio de Janeiro. O Correio tentou ontem ouvir a gerente de Sangue da Anvisa, Beatriz Mac Dowell, que acompanha o caso da criança infectada em Brasília, mas ela estava viajando, segundo sua assessoria.
Janela imunológica
Os testes realizados em Brasília conseguem detectar a presença do HIV numa pessoa 22 dias após a contaminação
O Teste de Ácido Nucleico (NAT), que no Brasil é feito apenas na Fiocruz, no Rio de janeiro, detecta a presença do vírus 11 dias depois da contaminação
A incidência da janela imunológica, o período entre a contaminação e a detecção do vírus HIV no organismo, é de uma em cada 1 milhão de transfusões