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REVOLTA CONTRA ARTIGO DE JORNAL

24/06/2005 - Agência Aids

Correio Braziliense publica matéria imparcial

Indignação e revolta foram os sentimentos predominantes na segunda tarde do V Encontro Estadual de ONG/Aids de São Paulo quando os dirigentes das organizações não-governamentais tomaram conhecimento da matéria publicada ontem, 21, pelo jornal Correio Braziliense. O jornal faz uma dura crítica à posição favorável dos ativistas do movimento de luta contra a Aids à quebra de patentes dos medicamentos anti-retrovirais e a articulação das organizações.
“É uma matéria sem fundamento”, afirmou o vice-presidente do Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo, Américo Nunes. Para ele, a matéria tem caráter pejorativo e não permite que a sociedade entenda de fato a proposta da quebra de patentes dos medicamentos anti-retrovirais, ao contrário, “ela ainda traz uma divergência entre as três instâncias: governo, laboratórios e sociedade civil", afirmou.
Américo referiu-se ao trecho de Ari Cunha e Circe Cunha: “(...) há ONGs que penetram no assunto com campanhas duvidosas no intuito de desestabilizar o trabalho que o Ministério da Saúde desenvolve. Para tanto estão organizando fórum em Atibaia, São Paulo, com visível intenção de se promoverem e jogarem a indústria farmacêutica contra o governo e os doentes. Vai resultar em promoção individual com visíveis prejuízos para a saúde pública”.
O presidente do Fórum, Rubens de Oliveira Duda, esclareceu que a intenção do encontro, que ocorre de dois em dois anos, é formalizar políticas por meio de propostas que venham a facilitar a integração com um encontro regional. Duda ainda comentou que a matéria traz inverdades e que o jornalista terá que provar o que disse quando se referiu ao licenciamento voluntário dos medicamentos por parte dos laboratórios internacionais.
Segundo a apoiadora social da Instituição Direito, Integração e Educação Terapêutica em saúde e cidadania (DIET), Eglia Nascimento, que não vive com HIV/Aids, mas “tem o ativismo na veia”, a notícia entristece. “São muitos anos de luta para sermos chamados de ‘ONGs desvirtuadas’. Isso faz com que percamos credibilidade”, disse ela. Nunes concorda com Nascimento e completa que a matéria “desmerece o trabalho realizado pelas ONGs e presta um desserviço a população e ao movimento”.
Os ativistas estão organizando uma moção de repúdio aos jornalistas e ao jornal e pedirão direito de resposta junto ao veículo. A carta será encaminhada para o próprio jornal, instituições, Programa Nacional e imprensa em geral.
Leia na íntegra o texto publicado ontem pelo Correio Braziliense.

ONGS DESVIRTUADAS

Existem no Brasil mais de 250 organizações não-governamentais (ONGs) atuando em todas as direções. O assunto medicamentos tem sido atração para boa parte delas, e no mais das vezes se colocam contra laboratórios como se fossem inimigos do país e do povo. Há celeuma sobre a produção de drogas no combate à Aids, como se os fabricantes fossem vilões. Laboratórios internacionais cederam ao governo brasileiro gratuitamente suas fórmulas, mas os institutos oficiais não têm condições de produção, visto que os meios científicos internacionais controlam qualidade, produção e eficácia, para que o medicamento não seja alterado. É certo que não dispomos dessa eficiência, e por isso o ministro Humberto Costa, da Saúde, adquire medicamentos por preços menores onde são produzidos com toda eficácia e rígido controle. O governo tem dado total assistência aos doentes, mas há ONGs que penetram no assunto com campanhas duvidosas no intuito de desestabilizar o trabalho que o Ministério da Saúde desenvolve. Para tanto estão organizando fórum em Atibaia, São Paulo, com visível intenção de se promoverem e jogarem a indústria farmacêutica contra o governo e os doentes. Vai resultar em promoção individual com visíveis prejuízos para a saúde pública.(Ari Cunha – com Circe Cunha)