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NOVA FÁBRICA DE FARMANGUINHOS
12/05/2005 - Agencia Aids
Inauguração depende da agenda de Lula
Os ministros José Dirceu, da Casa Civil, e Humberto Costa, da Saúde, visitaram ontem o Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM) de Farmanguinhos, a fábrica de remédios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio. A unidade vai produzir remédios para o Sistema único de Saúde, Farmácia Popular e anti-retrovirais. Em 2007, a produção deve chegar a 10 bilhões de unidades farmacêuticas por ano.
Acompanhados pelo presidente da Fiocruz, Paulo Buss, e pelas diretora-executiva de Farmanguinhos, Núbia Boechat, os ministros percorreram as instalações da nova planta industrial da unidade em Jacarepaguá, na Zona Oeste, comprada da Glaxo SmithKline em agosto de 2004. A visita foi uma espécie de preparação para a inaguração da fábrica, que funciona parcialmente, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Costa, só falta encontrar espaço na agenda presidencial.
Dirceu disse ter ficado impressionado com as condições da nova fábrica. Ele afirmou ter certeza de que o presidente Lula autorizará os recursos necessários para a total transferência da fábrica de Farmanguinhos do campus da Fiocruz, na Zona Norte, para a nova planta e a ampliação da produção. Atualmente funciona apenas uma linha destinada à fabricação do antibiótico amoxicilina. A produção de muitos outros medicamentos começa em agosto.
"Aqui temos uma prova concreta de como o serviço público pode ser excelente, de qualidade, e de como estamos certos em investir no serviço público, nos recursos humanos, na pesquisa e na tecnologia", afirmou o ministro. Dirceu lembrou que o presidente Lula foi um entusiasta da compra da planta industrial da Glaxo SmithKline.
Economia
Sem citar números, o ministro disse que vai trabalhar para que instrumentos de fomento do governo federal como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) invistam no desenvolvimento da produção de fármacos. "Aqui não é gasto, é investimento. Esses recursos voltam duplicados para o País", justificou. "Temos um grande gasto com a importação e o País precisa melhorar as contas externas sempre".
O ministro Humberto Costa também ressaltou a economia que representa a produção estatal de remédios e afirmou que os medicamentos que serão produzidos na nova planta atenderão principalmente os usuários do Sistema único de Saúde (SUS) e do programa Farmácia Popular. A economia do governo com a produção da Fiocruz foi estimada em R$ 200 milhões no ano passado. "Representa uma economia, mas também é uma decisão estratégica", disse.
Aids
Costa afirmou ainda que a nova planta será fundamental para a ampliação da produção de anti-retrovirais. Segundo o ministro, somente a produção destes medicamentos, utilizados no tratamento da Aids, e de contraceptivos poderá sofrer algum atraso no cronograma, que prevê para 2007 a produção de 10 bilhões de unidades farmacêuticas por ano, cinco vezes mais do que o produzido por Farmanguinhos no ano passado.
Núbia Boechat justificou a transferência gradual de Farmanguinhos para o CTM com a necessidade de adaptação da planta, a aquisição de equipamentos e a validação de processos. Ela agradeceu ao ministro Humberto Costa o repasse de recursos e afirmou que alguns itens do cronograma estão adiantados.
Costa e Dirceu passaram quase toda a manhã na unidade, entre reuniões e um passeio pelas instalações. Eles vestiram roupas especiais para visitar os laboratórios, seguindo normas de segurança. Instalado no numa área de 105 mil metros quadrados, o CTM custou ao governo federal R$ 18 milhões.
Fonte: Tribuna da Imprensa RJ