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AIDS NA CHINA
04/04/2005 - Agência EFE
Grávidas com Aids são obrigadas a abortar
Os doentes de Aids em inúmeras províncias chinesas não podem se casar e as grávidas contaminadas são obrigadas a abortar, segundo um relatório da Federação Internacional das Ligas dos Direitos Humanos (FIDH) publicado nesta quarta-feira. A organização destacou ainda que os doentes de Aids são mal atendidos pelos médicos. O relatório, intitulado "China-Aids: um estado crítico", foi publicado por ocasião do Dia Mundial da Saúde.
Segundo o documento, 70% dos que têm o vírus vivem na zona rural, onde a estrutura hospitalar é ruim e, conforme admitem as autoridades sanitárias do país, mais da metade da população não tem como bancar os custos do tratamento.
"Não só as medidas de combate à Aids tomadas pelas autoridades chinesas são insuficientes, como, além disso, as ONG independentes que trabalham nesta área são sistematicamente reprimidas", destacou o presidente da FIDH, Sidiki Kaba. O ativista acusou as autoridades de encobrir os números sobre a propagação da doença no país e ressaltou que os jornalistas não podem investigar o assunto, sobretudo na província de Henan, particularmente afetada pela doença.
Segundo o relatório, os habitantes dessa e de outras localidades onde o número de afetados é alto têm problemas para encontrar trabalho, inclusive no exército, e seus produtos são rejeitados. O relatório da FIDH será apresentado à Comissão de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU.