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SEMINÃRIO: 15 ANOS DO GIV

21/03/2005 - Agência Aids

Reúne socidedade civil e representantes governamentais

A pauta medicamentos não sai dos encontros, cujo tema principal é a epidemia de Aids no Brasil. O assunto, que poderia ser considerado “redundante”, se faz sempre obrigatório, já que é essencial para a vida de aproximadamente 140 mil brasileiros. Neste sábado, 19, governo estadual e municipal, médicos, especialistas e sociedade civil re reúnem em São Paulo no Seminário “GIV 15 anos incentivando à vida”. E como não podia deixar de ser, conforme palavras dos participantes, os problemas de abastecimentos de anti-retrovirais reflete diretamente na história do grupo organizador do evento.
“Foi em uma reunião histórica onde estavam presentes 12 pessoas. Todos portadores de um compromisso além da patologia que os acometia: a luta pela vida. Rua Antônio Carlos, 121. 1ºAndar – Anfiteatro do Hospital Emílio Ribas – em 23 de junho de 1990. Nascia o GIV (Grupo de Incentivo à Vida)”, conta Rubens Oliveira Duda, representante desta organização não governamental (ONG) na presidência do Fórum de ONG/AIDS do Estado de São Paulo.
Os 15 anos do GIV, que segundo seu atual presidente, Gil Casimiro, “é marcado pelo engajamento de pessoas para a luta da causa” e “ e perdas, assim como de muitas vitórias” tem relação direta com a epidemia no país. Por isso, a crise atual de medicamentos se reflete ao interesse total do grupo.
Crise, que segundo a coordenadora municipal de DST/AIDS, Maria Cristina Abbate, deve ter acontecido devido a uma “banalização da Aids”. “Todos, governo e movimento social, acharam que muitas questões que envolvem esta doença estariam resolvidas”, disse. No entanto, ela afirma que ainda há muitos desafios, como o fim da discriminação.
A coordenadora adjunta do Programa Estadual de DST/AIDS, Maria Clara Gianna, que ontem informou ao Fórum de ONG/AIDS a preocupante situação do estoque de medicamentos anti-retrovirais em São Paulo (conforme reportagem publicada neste site), cita esta parceria como ideal para o combate da epidemia. “Eu como militante governamental reconheço muitas parcerias entre o GIV e o governo do Estado”, comentou.
O ex-integrante do GIV e atual representante da sociedade civil no Programa Nacional de DST/AIDS (PN-DST/AIDS), do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, trouxe os elogios dos diretores deste órgão, Pedro Chequer e Raldo Bonifácio, ao grupo que incentiva à vida. “O GIV tem o que o governo espera de todas as ONGs: trabalho para apoiar as pessoas soropositivas.”
Segundo Barbosa, o PN-DST/AIDS está “fazendo de tudo” para evitar que não volte a faltar preservativos e medicamentos. “Cento e vinte mil cápsulas de Atazanavir (um dos anti-retroviral mais escassos durante a crise deflagrada no último mês) chegaram em Brasília e serão repassadas a partir deste domingo aos Estados”, informou.
Apesar do assunto “medicamento” estar presente diretamente ou indiretamente em todas as mesas temáticas do seminário, o GIV dividiu o encontro em quatro focos: Mulher e Aids; Adolescência e Aids; Sexualidade e Prevenção com portadores do HIV/AIDS e Pessoas vivendo com HIV/AIDS como sujeitos de suas histórias. No final, uma exposição de fotos ilustrará um pouco das atividades desenvolvidas por esta ONG.