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DIA INTERNACIONAL DA MULHER
08/03/2005 - Agencia Aids
Nair Brito: Ativismo pelas mulheres
Nesta semana, cuja terça-feira, 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, a Agência de Notícias da Aids destaca o trabalho de algumas lideranças femininas no combate da epidemia. Conheça um pouco do trabalho desenvolvido pela pedagoga e uma das primeiras ativistas pela causa da Aids no Brasil e na América Latina, Nair Brito.
Há 13 anos, Nair Brito descobriu seu diagnóstico positivo para o HIV. Desde então, a pedagoga vem desenvolvendo atividades para mulheres com HIV/AIDS. Atualmente trabalhando para o Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, ela afirma que tem muito prazer em ser ativista pela causa Aids.
Quando procurou ajuda em 1992, Nair já iniciou seu trabalho em organizações que lutavam pelo direito das mulheres. Participou dos grupos Toque de Mulher, Rede Paulista de Mulheres com o HIV, Projeto Nacional Cidadã Posithiva, ICWRede Internacional de Mulheres com HIV/AIDS e Movimento Latino e Caribenho de Mulheres com HIV/Aids.
Ela revolucionou o percurso da Aids no país, sendo a primeira pessoa no Brasil a entrar na Justiça para receber a combinação de anti-retrovirais, conhecida por coquetel. Na seqüência, várias ações foram impetradas e as organizações não governamentais (ONG) entraram com uma representação para que o Estado distribuísse gratuitamente os medicamentos.
Como diz Paulo Roberto Teixeira, ex-coordenador do Programa Nacional de DST/Aids, "Nair falou sobre Aids de Sorocaba à Quebec". Nesse percurso, foi ganhando espaço, fazendo apresentações em encontros e seminários nacionais e internacionais. Foi eleita representante da Comunidade Internacional de Mulheres vivendo com HIV/Aids, na América Latina. Encantou-se com a força das mulheres africanas. Esteve na Colômbia, no Chile, Peru, Equador, França e em Londres. Contribuiu para a organização das mulheres com HIV/aids, principalmente no Brasil e na América Latina.
A experiência de Nair com públicos menos favorecidos, resultou no convite para fazer parte da gerência de Prevenção no núcleo de Articulação institucional e populações mais vulneráveis do Programa de DST/AIDS do Estado São Paulo. Estou diante de novos desafios, pois populações confinadas necessitam hoje de um olhar mais atento e políticas mais específicas", afirma Nair.
Para ela, diminuir a vulnerabilidade das mulheres em frente ao HIV/Aids é preciso criar condições estruturais, por meio de políticas públicas, que gerem melhor acesso aos serviços de qualidade. Criar condições de trabalho, moradia e educação, cita.